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Volume investido por pessoas físicas aumenta 12% em 2019 e chega a R$ 3,2 trilhões

Num cenário de juros menores, o resultado foi puxado pelos investimentos em renda variável

Foto do author Aline Bronzati
Por Aline Bronzati (Broadcast)
Atualização:

O volume de investimentos das pessoas físicas totalizou R$ 3,263 trilhões no ano passado, cifra 12,05% superior à vista no ano anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 6, pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O ritmo mostra aceleração do segmento, considerando que as aplicações em 2018 tiveram expansão de 9,35%, de 11,95% em 2017 e de 11,97% em 2016.

O resultado do ano passado foi puxado pela renda variável, segundo o presidente do Fórum de Distribuição da Anbima, José Ramos Rocha Neto. "O crescimento das aplicações foi expressivo e o melhor desempenho dos últimos anos. Muito foi puxado pela renda variável em meio ao ano muito positivo na Bolsa, com crescimento acima de 31%", disse.

Bolsa de Valores de São Paulo (B3) Foto: Amanda Perobelli/ Reuters

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O destaque em termos de crescimento foram os endinheirados. Segundo a Anbima, os clientes chamados "private" - que têm mais de R$ 3 milhões investidos - responderam por R$ 1,307 trilhão em 2019, aumento de quase 21% ante 2018, considerando o volume da previdência. Na sequência, ficou o varejo de alta renda, formado por clientes que investem mais de R$ 10 mil por mês, com R$ 987,9 bilhões e incremento de 13,21%, na mesma base de comparação.

As aplicações do varejo tradicional, de acordo com dados da Anbima, totalizaram R$ 968,3 bilhões no ano passado, com leve alta de 1% na comparação com 2018.

A quantidade de contas de pessoas físicas cresceu 7,1% em 2019, conferma a associação, para 82,6 milhões ante 2018, quando esse público era de 77,2 milhões. Os maiores crescimentos por região vieram do Centro-Oeste e do Norte. O Sudeste, porém, continuou liderando o ranking com a maior participação em número de investidores: foram 42,9 milhões em 2019 contra 40,4 milhões em 2018.

Rocha Neto acredita que em 2020 o ritmo de crescimento do volume de investimento de pessoas físicas vai acelerar na esteira da melhora econômica do Brasil."Quando a gente olha para 2020, se considerarmos um cenário mais otimista (em termos de crescimento econômico), teremos um ano melhor (para investimentos das pessoas físicas). O private continuará tendo crescimento robusto, com o melhor desempenho entre os três segmentos."

Mão de obra

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Do lado da mão de obra, um time de mais de 89 mil pessoas atendem os investidores pessoas físicas, conforme mostram dados da Anbima. Considerando apenas profissionais que atuam em agências bancárias, o aumento foi de 12,6%, para 87,232 mil. A expansão mostra o maior foco dos bancos em disputar os investidores pessoas físicas a despeito do movimento de fechamento de agências e redução de quadro nos grandes bancos de varejo.

Para Rocha Neto, o aumento de especialistas de investimentos nas agências representa um novo capítulo na disputa pelos investidores pessoas físicas, comparável à propagação de agentes autônomos no passado. "É um movimento de concorrência, que vem se intensificando últimos anos."

O próprio Bradesco reforçou seu time de investimentos. O banco está colocando um exército de 850 profissionais especializados em sua rede de agências, conforme ressaltou o presidente do banco, Octavio de Lazari, na quarta-feira, 5, durante a divulgação de resultados de 2019.

O reforço no time de investimentos ocorre em meio ao perfil mais exigente dos investidores, segundo o presidente do Fórum de Distribuição da Anbima.

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