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Votorantim leva betoneira a domicílio

Para atender o crescente mercado de baixa renda, Votorantim cria negócio de entrega de concreto em casa, no sistema do tipo ?delivery?

Por Paula Pacheco
Atualização:

A construção administrada pelo próprio dono do imóvel é responsável pela maior parte do consumo de material de construção no Brasil. São obras que incluem desde a troca de azulejos até a execução do chamado "puxadinho" nas periferias do País. A Engemix, empresa voltada à produção de concretos da Votorantim Cimentos, identificou nesses consumidores, em especial os de baixa renda, uma oportunidade de negócio. Há um ano a empresa criou em São Paulo a marca CasaMix e agora expande o projeto para todo o território nacional. Não fosse pela complexidade do produto, o conceito poderia ser comparado ao prosaico delivery de pizza. Mas no caso do concreto, apesar da simplicidade da mistura do cimento, da brita e da areia, qualquer erro pode resultar em desperdício ou, pior, em defeitos na obra. Além da pontualidade no delivery do concreto, os administradores do Casamix investiram no treinamento do pessoal de atendimento para que possam orientar o cliente sobre as características do produto, de acordo com o uso. Também compraram betoneiras para atender exclusivamente a entrega de concreto para o usuário final. Antes, no início do CasaMix, as entregas eram feitas nos intervalos entre uma carga e outra para grandes prédios em obras. A inspiração, conta Álvaro Luís Veloso, diretor do Negócio Concreto da Votorantim Cimentos, veio das pequenas empresas de concreto que já ofereciam este tipo de serviço. "Era uma oportunidade de agregar valor aos novos clientes", diz. Tomada a decisão de transformar o delivery em um negócio, faltava vencer outro desafio: como ultrapassar a barreira da falta de informação. "As pessoas olham uma betoneira e perguntam ?como vou pagar por um negócio desses?? Temos investido em anúncios em rádios comunitárias e jornais de bairro para explicar que o preço não é alto como se imagina, que há economia e que é possível financiar em até 24 meses", conta Veloso. O parcelamento foi a opção do empreiteiro Nivaldo Macário, que investe num puxadinho em cima da casa da mãe em Embu das Artes, na Grande São Paulo. O empreiteiro, que espera mudar para a nova casa até o fim do ano, parcelou a encomenda em quatro vezes pelo Banco Votorantim, unidade financeira do grupo. Ao custo de R$ 1,6 mil, Macário recebeu 5 metros cúbicos de concreto. O projeto inclui dois quartos, dois banheiros e uma área para fazer churrasco. "O concreto pronto facilita não só porque é possível financiar o pagamento, mas porque muitas vezes nem há espaço na obra para ?virar a mistura?", explica. Acostumado a coordenar pequenas obras, o autônomo sabe que o ditado "tempo é dinheiro" tem tudo a ver com a construção civil. Por isso ele resolveu pagar por um caminhão de concreto em vez de contratar os pedreiros que levariam dias para fazer o mesmo trabalho executado em uma hora e meia. A previsão de Veloso é aumentar de 8 mil m3 para 15 mil m3 por mês a venda em São Paulo e chegar a 30 mil m3 no mercado nacional (são 86 filiais). "É o tipo de projeto que só tende a crescer. Estamos falando de um serviço de entrega com hora marcada, que melhora a eficiência da construção", afirma. Segundo Veloso, o concreto feito na obra costuma ter um desperdício de material de até 20%:"A cada chuva é areia que vai embora ou o saco de cimento que, mal armazenado, acaba estragando". A economia com o concreto pronto, garante, é em média de 20%. FRASE Álvaro Veloso Diretor da Votorantim Cimentos "As pessoas olham uma betoneira e perguntam ?como vou pagar por um negócio desses?? Temos investido em anúncios em rádios comunitárias e jornais de bairro para explicar que o preço não é alto como se imagina, que há economia e que é possível financiar em até 24 meses"

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