Produtos de maior valor agregado são o novo foco da Votorantim Cimentos no setor agropecuário. Depois de elevar em 750 mil toneladas sua capacidade de produção de calcário agrícola no ano passado, a empresa criou uma marca específica para os clientes do campo – a Viter –, que reúne linhas de corretivos e nutrientes para o solo. Junto com o reposicionamento no mercado, a companhia aumenta sua capacidade de produção em mais 1 milhão de toneladas de produtos diversos, para chegar a 4,3 milhões de toneladas no fim do ano.
Boa parte do volume adicional virá de duas novas linhas de produção que entram em operação em 2020, em Nobres (MT) e Itapeva (SP), e de ampliações de capacidade das unidades de Nobres e Itaú de Minas (MG), conta Laércio Solla, gerente-geral da marca. “Estamos deixando de tratar apenas de calcário agrícola e ampliando para tecnologias de valor para o solo”, afirma.
Campo fértil
Novos produtos da Votorantim combinam cálcio, magnésio e enxofre, que se distribuem rapidamente até camadas profundas do solo. Outra aposta da empresa é no insumo que acelera a renovação da terra com altos teores de minerais. Em 2019, R$ 72 milhões foram investidos e neste ano outros R$ 27 milhões serão aportados, de R$ 200 milhões projetados até 2024.
Horizontes
Com o reposicionamento no agro, a companhia pretende atender a outros segmentos, além de crescer em soja, milho, citros e algodão. Na mira estão café da região de Alta Mogiana (SP) e de Minas, e extrativismo e pastagens no Pará. Hoje, a empresa tem forte atuação no setor sucroalcooleiro do Sudeste e de grãos do Paraná.
Pode vir
O BDMG vai operar o maior recurso de sua história em crédito para o setor cafeeiro: R$ 392 milhões na safra 2020/2021, aumento de 55% em relação ao ciclo anterior. O banco ampliou sua fatia de recursos do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira).
Aposta
A expectativa da instituição é de forte demanda devido à bienalidade positiva do café – a cultura alterna ano de alta produção com outro de colheita menor. “Queremos fornecer mais crédito aos setores estratégicos da economia, especialmente cooperativas e pequenos produtores da cadeia do café”, afirma Sergio Gusmão, presidente do BDMG.
Bons frutos
A Arpac, startup especializada em pulverização agrícola por drones, fechou abril com faturamento 70% maior que em igual mês do ano passado e 2 mil hectares pulverizados no período. A demanda veio principalmente de áreas de cana-de-açúcar em São Paulo e Goiás, conta Eduardo Goerl, CEO da empresa. “O resultado da primeira quinzena de maio mostra que o crescimento vai continuar firme”, projeta.
Continua
No atual ciclo 2019/2020, que termina em 30 de junho, a empresa prevê faturar R$ 600 mil. Para 2020/2021, a ideia é dobrar sua receita. A área coberta também deve aumentar dos atuais 50 mil hectares para 200 mil hectares, com o dobro de equipamentos em operação.
Papo reto
Dois executivos de grandes empresas do agronegócio pediram ao presidente Jair Bolsonaro que integrantes do governo parem imediatamente de criticar ou mandar recados à China. A cobrança foi feita durante videoconferência do chefe do Executivo e do ministro Paulo Guedes com empresários paulistas, na última quarta-feira (13). Eles lembraram que os chineses são os maiores parceiros comerciais do Brasil no agro e que qualquer retaliação seria desastrosa para o País.
Fica
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, nunca esteve tão firme no cargo como agora, diz o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária. “O agro não improvisa e não cederá (a pressões)”, avisa o parlamentar.
Avante
A Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS) planeja atingir neste ano 5 milhões de toneladas de soja certificada e vendida no mundo no padrão RTRS, que atesta a sustentabilidade da produção. Deste total, de 4 milhões a 4,2 milhões de toneladas devem vir do Brasil, prevê Cid Sanches, consultor externo da RTRS no País. Em 2019, foram 4 milhões de toneladas no mundo, sendo 3,3 milhões de toneladas só do Brasil.
Promessa é dívida
Após vários anos de demanda concentrada em parte da Europa, a Ásia estreou nas compras de soja RTRS em 2019, com demanda de China, Japão, Vietnã e Tailândia. Os compromissos assinados por empresas em todo o mundo de ter parte do consumo certificada até 2020 também contribuíram para o maior interesse. “Deve perdurar nos próximos 4 a 5 anos o crescimento da demanda por produtos sustentáveis”, prevê Sanches. / POR CLARICE COUTO, ISADORA DUARTE, GUSTAVO PORTO e LETICIA PAKULSKI