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Votorantim tenta comprar empresa no Peru

Com oferta de US$ 422 milhões, grupo brasileiro quer assumir o controle da produtora de zinco Milpo

Por Lima
Atualização:

A Votorantim Metais, divisão do grupo especializada em mineração e metalurgia, lançou ontem uma oferta para comprar ações e se tornar a controladora da mineradora peruana Milpo, por US$ 422 milhões. Terceira maior produtora mundial de zinco, a Votorantim Metais já é dona de 24,88% das ações da Milpo. Com a oferta pública de ações (OPA), espera comprar mais 26,12% das ações ordinárias da empresa. A Votorantim ofereceu o equivalente a US$ 2,87 por ação. A primeira reação dos investidores foi positiva. Ontem, as ações negociadas na Bolsa de Valores de Lima subiram 15%, alcançando o valor oferecido pela Votorantim, num sinal de confiança no sucesso da oferta. A proposta é válida até 23 de abril. Os maiores acionistas da Milpo deverão dar uma resposta nos próximos dias. Entre os principais sócios aparecem fundos de investimentos, como o do banco norte-americano Merrill Lynch. ''Para nós, é interessante saber que um sócio se interessa pela operação. Os resultados e as perspectivas da empresa são boas'', disse o diretor de comunicações da Milpo, Juan Alberto Flores. A Milpo se dedica à extração de zinco, chumbo e cobre e tem três minas no Peru e uma no Chile. Segundo o último dado disponível, a empresa faturou US$ 280 milhões, em 2006. A empresa passou por uma reestruturação financeira e, de 2001 a 2006, reduziu sua dívida de US$ 60 milhões para US$ 3 milhões. O principal negócio da Milpo é o zinco - metal que é produzido pela Votorantim desde 1969, mas que só nos últimos anos ganhou papel central na estratégia da empresa. Até 2002, a Votorantim não aparecia no ranking dos maiores produtores do mundo. De lá para cá, a produção foi multiplicada por cinco graças a uma série de aquisições no Brasil e no exterior. Um dos motivos que explica esse interesse é a alta do preço do zinco no mercado internacional. Só neste ano, as cotações do zinco subiram mais de 20%. Em março, seguiram a tendência de outras matérias-primas e desabaram 15%. Mesmo assim, os preços ainda estão altos. No Peru, a Votorantim já controla a refinaria de zinco da Cajamarquilla, comprada em 2004 por US$ 210 milhões da empresa canadense Teck Cominco. Em setembro do ano passado, anunciou investimentos de US$ 500 milhões na expansão da refinaria. Dois meses depois, adquiriu, por US$ 295 milhões, a empresa americana US Zinc, com cinco unidades nos EUA e uma na China. No Brasil, a empresa também tem crescido. Há um mês, anunciou investimentos de R$ 763 milhões para aumentar a capacidade de produção de zinco nas minas e usinas metalúrgicas de Vazante e Três Marias, em Minas Gerais. Com esses recursos, a produção sairá das atuais 550 mil toneladas por ano para 876 mil toneladas. Esse resultado consolida sua posição como terceira maior produtora do mundo, atrás da americana NY Star e da Korea Zinc, da Coréia do Sul. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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