BRASÍLIA – Sem revelar os votos que o governo teria hoje pela aprovação da reforma da Previdência, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB-MS), afirmou nesta segunda-feira, 15, que acredita que a situação está “mais favorável” agora do que no fim de dezembro, antes do recesso, mesmo que haja a preocupação eleitoral dos parlamentares.
“Os votos estão vindo, sim. O que nós não estamos, neste momento, é contando. Quero contar isso no final de janeiro”, disse.
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“Não é que não vamos nos preocupar com número, mas não vamos trabalhar revelando os números agora”, rebateu diante da insistência da imprensa ao questioná-lo sobre como mensurava que a situação estava melhor que antes sem a contagem.
Ao reconhecer que as eleições podem influenciar os parlamentares na hora do voto, o ministro disse que as campanhas de conscientização em que o governo argumentará pela necessidade de se realizar a reforma vão ajudar no trabalho de convencimento.
“Neste momento existe, e é natural que exista, a preocupação de colegas com a questão eleitoral. Não existe nada que seja surpreendente ou condenável”, disse.
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“Tenho expectativa muito grande sobre a reação da sociedade. A sociedade começa a reagir, querer e pleitear aos parlamentares uma atitude que é a necessária para o Brasil, que é o voto favorável à reforma”, completou.
Marun convocou uma coletiva de imprensa para comentar o almoço que teve nesta segunda-feira com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Segundo ele, a conversa foi para que ele tomasse um conhecimento maior sobre o rebaixamento da nota de crédito brasileira pela agência de classificação de risco S&P Global Ratings na semana passada.
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Diferente do discurso de Meirelles, que no fim de semana disse que o rebaixamento foi uma decisão “técnica e pontual” e não afetará o crescimento da atividade econômica do País, Marun afirmou que a reclassificação é uma opinião da agência com base no que a S&P acredita “a respeito do nosso futuro”.
“O rebaixamento da nota é consequência. Em si não é um fato econômico, é uma opinião”, afirmou.
De acordo com Marun, o rebaixamento - que pode acontecer com outras agências, admitiu - corrobora a defesa do governo de que a reforma da Previdência é uma necessidade.“Mais grave para a economia vai ser o que vai acontecer se não aprovarmos a reforma da Previdência.”
Marun disse ainda que, na conversa com Meirelles, ficou ainda mais evidente a necessidade da reforma. “O governo nunca negou ou deixou de afirmar que a reforma da Previdência seja necessária. Parlamentares já estão mais do que conscientes da necessidade de aprovação, inclusive os da oposição”, afirmou.
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Ao reforçar o mantra do presidente Michel Temer de que seu governo é pautado pelo diálogo, Marun admitiu que a proposta pode sofrer novas alterações.
“Esse é o governo do diálogo e pode ouvir sugestões de aprimoramento, desde que não nos afastemos dos princípios da reforma, que são a idade mínima e o fim dos privilégios”, afirmou.
Num tom otimista que é característico do ministro, Marun disse ainda que a situação fiscal brasileira é “invejável”.
“O rebaixamento traz, e tratamos com respeito, a opinião de que mesmo vivendo hoje uma situação financeira invejável, o futuro ainda é incerto para essa avaliadora de risco e pode ser para outras e também para o governo.”