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Wal-Mart investe R$ 1,2 bi no Brasil

O investimento, 20% maior que o de 2007, será usado na construção de 36 lojas e de um centro de distribuição

Por Isabel Sobral e BRASÍLIA
Atualização:

A rede varejista americana Wal-Mart anunciou ontem um plano para investir R$ 1,2 bilhão no Brasil em 2008. A previsão do grupo é aplicar os recursos na construção de 36 novas lojas e de um centro de distribuição, além de concluir a reforma, iniciada este ano, de mais de 100 lojas. Atualmente, a rede tem 319 lojas no País, espalhadas por 17 Estados. O anúncio dos investimentos foi feito em Brasília pelo presidente do Wal-Mart Brasil, Vicente Trius, na presença dos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, e do Trabalho, Carlos Lupi. Os investimentos para 2008 são 20% maiores que os deste ano. A meta da empresa para 2007 era investir R$ 1 bilhão na abertura de 28 lojas. No entanto, a meta não deve ser cumprida - a empresa deve fechar o ano com 20 novas lojas. O concorrente Carrefour, líder no ranking dos supermercados, investiu este ano R$ 2,79 bilhões. Desse total, R$ 2,2 bilhões foram para a compra do Atacadão e R$ 700 milhões na abertura de 10 lojas e reformas de outras. O Grupo Pão de Açúcar, segundo colocado no ranking, deve fechar 2007 com investimentos de R$ 1,2 bilhão e 33 novas lojas. Os investimentos incluem R$ 208 milhões gastos na compra da rede Assai. Nenhuma das duas redes anunciou ainda os planos para 2008. A localização dos novos estabelecimentos do Wal-Mart ainda está sendo avaliada. Eles serão responsáveis pela geração de novos 7,1 mil empregos com carteira assinada. Segundo Trius, o mercado brasileiro tem crescido de importância nos planos da direção mundial do Wal-Mart. Entre os fatores apontados para isso estão o aumento do crédito, a redução nas taxas de juros e o aumento no poder de compra da população de renda mais baixa. "Desde que chegamos ao Brasil (há 12 anos) nunca vimos um aumento de massa salarial da ordem de 12%", comentou Trius, referindo-se ao dado verificado pela Relação Anual de Informações Sociais (Rais) relativa a 2006. Com um faturamento de R$ 12,9 bilhões registrado no ano passado, o grupo Wal-Mart considera o Brasil o quarto mercado mais importante na sua estratégia de crescimento global, atrás do México, Canadá e Inglaterra. "Mas o Brasil tem aumentado muito de importância para nós nos últimos anos", afirmou Trius. O setor varejista, pelos dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), cresceu 6,4% em volume de vendas no ano passado, o que, segundo Trius, poderá ser superado nos próximos anos. Os planos de expansão da rede americana no Brasil prevêem crescimento orgânico, ou seja, sem aquisições. No entanto, Trius não descartou a realização de fusões ou aquisições "sempre que se mostrarem bons negócios". O Wal-Mart já adquiriu no Brasil as redes Bompreço e Sonae. Na avaliação do executivo, a continuidade do cenário de crescimento ainda depende de medidas que o governo deve conduzir. Ele citou, como exemplo, a realização da reforma tributária. "Isso, de fato, ajudaria muito a aumentar o crescimento econômico", afirmou. SETOR ESTRATÉGICO O ministro Carlos Lupi comemorou o anúncio de criação de novos empregos com os investimentos do Wal-Mart. "O setor varejista é estratégico e fundamental para o mercado de trabalho com carteira assinada, especialmente para os jovens em busca de seu primeiro emprego", disse. Para Lupi, o crescimento da economia brasileira está se dando em bases sustentáveis e deverá superar "todas as expectativas" também em 2008. "Felizmente, anúncios de mais investimentos têm sido cada vez mais comuns", disse o ministro Miguel Jorge. COLABOROU VERA DANTAS NÚMEROS R$ 1,2 bilhão é o total de investimentos que serão feitos pela rede americana Wal-Mart no Brasil em 2008 36 lojas e um centro de distribuição devem ser abertos pela rede no País no ano que vem 319 é o número de lojas que a rede tem atualmente no Brasil, espalhadas por 17 Estados 7,1 mil novos empregos com carteira assinada devem ser criados pela empresa em 2008 R$ 12,9 bilhões foi o faturamento registrado pela rede americana no Brasil no ano passado

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