PUBLICIDADE

Wall Street derrete e Bovespa volta ao patamar de abril

Alertas do Goldman Sachs sobre bancos e alta dos preços do petróleo derrubam mercados; Bolsa cai 2,89%

Por Claudia Violante e da Agência Estado
Atualização:

A decisão sobre os juros nos Estados Unidos produziu uma recuperação tênue nos mercados financeiros na quarta-feira, totalmente anulada nesta quinta pelas péssimas notícias vindas do segmento financeiro norte-americano. As ordens de vendas iniciaram com os alertas do Goldman Sachs sobre o Citigroup e dispararam com o petróleo, que bateu novo recorde de preços intraday. Em Wall Street, o Dow Jones teve o pior fechamento desde setembro de 2006 e, em São Paulo, a Bovespa só não teve um desempenho pior porque Petrobras ajudou.   Veja também: Petróleo vai a US$ 140 durante o dia, mas fecha em US$ 139   A Bolsa encerrou a sessão em baixa de 2,89%, aos 63.946,9 pontos, menor patamar desde 29 de abril (63.825,7 pontos). No pior momento, caiu 3,29%, aos 63.689 pontos e, na máxima, bateu em 65.804 pontos (-0,07%). No mês, as perdas da Bovespa chegam a -11,91% e, no ano, os ganhos estão limitados a 0,10%. O volume financeiro totalizou R$ 6,701 bilhões (preliminar).   As bolsas norte-americanas também derreteram: o Dow Jones teve o pior fechamento desde 11 de setembro de 2006, em queda de 3,03%, aos 11.453,4 pontos. O S&P recuou 2,94% e o S&P, 3,33%. As ordens de vendas começaram após o Goldman Sachs ter rebaixado para neutra sua recomendação para as corretoras norte-americanas, colocado o Citigroup em sua lista de "convicção de venda" e reduzido sua recomendação para as ações da General Motors, que já vinham sofrendo após a Standard & Poors e a Fitch terem rebaixado seu rating nos últimos dias.   Para ajudar, o petróleo bateu o recorde de US$ 140 por barril, mas conseguiu fechar ligeiramente abaixo disso, em US$ 139,64, elevação de 3,78%. A commodity subiu depois que o presidente da Opep, Chakib Khelil, projetou preço entre US$ 150 a US$ 170 por barril nos próximos meses e um representante da Líbia disse que o país poderá cortar sua produção.   Também pressionaram para baixo os indicadores divulgados nos EUA: o índice de atividade industrial regional do Meio-Oeste caiu 0,8% em maio devido ao declínio na produção automotiva; e a atividade manufatureira na região coberta pelo Federal Reserve de Kansas piorou em junho para -13, ante leitura de zero em maio. Mas estes dados tiveram contraponto: as vendas de imóveis residenciais usados subiram 2% em maio, ante alta de 1,8% prevista pelos analistas, e o PIB do primeiro trimestre ficou em 1%, como previsto. Mas o peso negativo foi maior, já que ainda havia as previsões pouco favoráveis de desempenho da Research In Motion, Nike e Oracle.   No final do pregão doméstico, apenas quatro ações subiram. Petrobras ON acabou conseguindo sustentar um pouco de ganhos no final, seguindo a disparada do petróleo, e ajudou a conter as perdas do índice à vista. Estas ações subiram 0,20%, mas as PN caíram 0,11%, após muita oscilação. Uma perda pequena perto da Vale: apesar de os metais terem subido no exterior, Vale ON caiu 3,54% e Vale PNA, 4,97%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.