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Wall Street e Copom levam Bovespa para mínima em 6 meses

Por ALUÍSIO ALVES
Atualização:

A volta do fantasma de uma estagflação nos Estados Unidos uniu-se ao pessimismo criado com um aperto monetário mais forte no Brasil para levar a Bolsa de Valores de São Paulo ao pior nível em seis meses. Ao cair 3,34 por cento, o Ibovespa cravou a terceira queda seguida, fechando o dia em 57.434 pontos, no menor patamar desde 23 de janeiro. O volume financeiro de negócios foi de 7 bilhões de reais. Forte aumento nos pedidos de seguro-desemprego, queda nas vendas de casas usadas ao menor nível em uma década e resultados decepcionantes de empresas automobilísticas e do setor químico reavivaram os temores de que os efeitos da crise de crédito nos Estados Unidos vão se prolongar. "Voltou o medo de que haja uma contração econômica, justamente num período de inflação alta, que é o pior dos mundos", resumiu Rodrigo Bresser Pereira, diretor de gestão da Bresser Administração de Recursos. Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones reagiu com queda de 2,43 por cento. O medo de que uma recessão se espalhe globalmente patrocinou novas ordens maciças de vendas de ações de empresas ligadas a commodities. Assim, nem mesmo a leve alta do petróleo conseguiu impedir a ação preferencial da Petrobras de despencar 4,4 por cento, para 34,50 reais. Só em julho, a companhia já perdeu mais de um quarto de seu valor de mercado. Na mesma batida, a ação preferencial da Vale desabou 5,1 por cento, para 38 reais. Entre as siderúrgicas, a fila foi puxada pelo papel preferencial da Usiminas, com desvalorização de 6,7 por cento, para 65,05 reais. Não bastasse o cenário externo francamente desanimador, o aumento do juro doméstico de 12,25 para 13 por cento ao ano, acima da maioria das previsões, alimentou temores de resultados mais fracos de bancos, construção civil e varejistas. "O dia foi inteiro de notícias negativas", resumiu José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator. As ações do Unibanco sintetizaram esse estado de espírito, ao mergulharem 4,76 por cento, para 20,20 reais. Das 66 ações que compõem o Ibovespa, 63 tiveram queda. Com a terceira baixa seguida, o índice já acumula declínio de 11,66 por cento só em julho. (Edição de Vanessa Stelzer)

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