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Wall Street já espera fim da recessão americana

Por Agencia Estado
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Quatro meses após os ataques terroristas de 11 de setembro, os analistas de Wall Street consideram que os efeitos desses ataques sobre a economia dos Estados Unidos já foram, em grande parte, absorvidos. O consenso entre os especialistas é que os indicadores macroeconômicos mais recentes, como os índices de confiança do investidor, de demanda de manufaturados e das bolsas de valores, apontam para o fim da recessão ainda nos primeiros três meses deste ano. Se o fim da recessão é a boa notícia, o que os analistas esperam de 2002 não deve suscitar otimismo exagerado: a recuperação da economia norte-americana será gradual e modesta. Na opinião de Keith Leggett, economista-sênior da American Bankers Association (ABA), entidade que reúne representantes de 10 mil bancos nos Estados Unidos, a recessão na economia norte-americana deve acabar no primeiro trimestre deste ano. "Vamos observar sinais mais palpáveis do crescimento econômico no segundo trimestre, quando todos os cortes das taxas de juros realizados em 2001 começarem a surtir efeito", disse Leggett à Agência Estado. O Federal Reserve (Fed), o equivalente ao Banco Central dos Estados Unidos, realizou nada menos que 11 rodadas de cortes dos juros norte-americanos desde o início do ano passado, reduzindo os juros de um patamar de 6,5% ao ano para apenas 1,75% ao ano. Os ataques terroristas de 11 de setembro tornaram mais agressiva a política de redução dos juros por parte do Fed. "Os ataques terroristas acabaram incentivando o governo a promover um enorme estímulo monetário e fiscal para evitar um aprofundamento da recessão", afirmou Leggett. A economia norte-americana já estava em recessão, que teve início oficialmente em março de 2001, e os ataques terroristas acabaram deprimindo mais ainda a atividade econômica. "No entanto, os impactos dos ataques terroristas estão mais restritos à região de Nova York e de Washington. E conforme nos afastamos, no tempo, do dia 11 de setembro, menor serão os efeitos sobre a economia como um todo", acrescentou o economista. É da mesma opinião o economista-sênior para os Estados Unidos do banco de investimentos Bear Stearns, John Riding. "Os efeitos dos ataques terroristas estão mais limitados a alguns setores da economia, como o das companhias aéreas e o do turismo, que engloba hotelaria e entretenimento", disse Riding. O economista do Bear Stearns espera uma recuperação mais lenta da atividade econômica em comparação com o ritmo observado nas outras recessões no período pós-guerra nos Estados Unidos.

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