
18 de dezembro de 2015 | 22h54
NOVA YORK - A escolha do ministro, Nelson Barbosa, para assumir o lugar de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda foi inicialmente recebida com reservas e decepção por economistas nos Estados Unidos. Um dos temores é que haja um relaxamento na política fiscal, o que desagradaria ainda mais as agências de classificação de risco e os investidores estrangeiros.
Os economistas da consultoria de risco político Eurasia, com sede em Washington, Christopher Garman e João Augusto de Castro Neves, já esperavam que a substituição de Levy seria feita por uma solução interna e avaliam que nomes como o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ou o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, seriam vistos pelo mercado financeiro como mais comprometidos com o ajuste fiscal do que Barbosa.
Análise: Pressão política levou à troca
Relaxamento. “Barbosa vai ser interpretado como uma decisão do governo de relaxar a política fiscal", afirmam os dois analistas da Eurasia em uma nota. O ministro já trabalhou no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e é mais próximo do PT que Levy. Inicialmente, a consultoria esperava que Levy fosse deixar o governo após a votação do processo de impeachment na Câmara.
Para os economistas do banco de investimento Brown Brothers Harriman, com sede em Nova York, o nome de Barbosa é um “mau desenvolvimento” para a política econômica brasileira. Um dos temores é uma guinada mais à esquerda na economia, como quer parte do PT e dos movimentos sociais, que não gostavam de Levy.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.