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WorldCom tende à falência, diz Amcham

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Comitê de Economia da Câmara Americana de Comércio de São Paulo (Amcham), Paulo de Albuquerque, disse hoje que "nada mais resta" à WorldCom "do que a concordata ou, quase que certamente, a falência, com todos os seus desdobramento s e implicações" - atendendo aos dispositivos do capítulo 11 do Código Americano que rege a matéria, dado o tamanho do problema que a manipulação dos números buscava mascarar. Albuquerque acrescentou que, "por infeliz coincidência?, a WorldCom, segunda maior empresa de telecomunicações dos Estados Unidos e controladora da Embratel, era também auditada pela Arthur Andersen, empresa que esteve envolvida no escândalo da Enron. "O que mais preocupa é que subterfúgios como os utilizados pela WorldCom e, possivelmente por outras empresas cujas ações são negociadas no mercado, estão destruindo a reputação de dezenas, ou centenas de fundos de investimento e a poupança, ou o próprio futuro, de milhares de acionistas e pequenos investidores". Ele observa que, se isso está acontecendo nos Estados Unidos, onde a SEC (Comissão de Valores Mobiliários norte-americana) exerce "grande vigilância" sobre os demonstrativos financeiros das empresas abertas, "há grande probabilidade de a mesma coisa estar acontecendo em países onde os controles são menos rígidos e, portanto, menos eficientes". Ele diz que um dos fatores que contribui para as fraudes nos balanços é "o pagamento aos dirigentes de empresas de prêmios em dinheiro proporcionais aos lucros alcançados no exercício, além da doação de ações aos principais executivos conforme a dimensão dos resultados divulgados". Repercussão negativa A fraude constatada no balanço da WorldCom terá repercussões negativas no Brasil. Segundo Albuquerque, "pouca coisa deveria acontecer, não somente pela distância mas, principalmente, pelo potencial de geração de lucros que a Embratel pode oferecer a quem assumir seu controle acionário e sua gestão". Ele observa, no entanto, que o fato provocou brusca oscilação da taxa de câmbio no mercado local e, apesar das "fortes ligações da empresa americana com a Alemanha, o dólar ficou praticamente estável em relação ao euro". Segundo o economista, o Brasil - que registra a segunda maior taxa de risco do mundo - está sendo "bode expiatório da especulação financeira internacional e sem esboçar qualquer reação efetiva". Os resultados do período de incertezas eleitorais e fatores externos (como o caso WorldCom) poderão provocar uma redução no volume de investimentos estrangeiros previstos para 2002. O economista defende - a exemplo do que ocorre na área do comércio e de marcas e patentes - a criação de organismos internacionais (tribunais) especializados em punir os agentes de movimentos especulativos que prejudicam empresas e populações.

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