
11 de setembro de 2015 | 02h05
Com o acordo e a união das marcas, o Grupo Ideal deverá subir posições no ranking do mercado de relações públicas no Brasil - os dados são estimados, pois as empresas têm capital fechado. Segundo fontes, a Ideal ficará atrás de FSB, CDN (que pertence ao grupo de comunicação brasileiro ABC, de Nizan Guanaes) e InPress (que tem outro grande grupo global de comunicação, a Omnicom, somo sócio). Segundo apurou o Estado, o WPP buscava uma aquisição no setor de RP no Brasil havia cerca de dois anos.
Não é de hoje que o setor de relações públicas atrai investimentos no Brasil. A pioneira em atrair um sócio estrangeiro foi a S2Publicom, que tem o Interpublic no quadro societário. O MSL Group, que pertence à gigante francesa Publicis, é majoritário em duas agências: a MSL Andreoli e a MSL Espalhe. Entre os negócios globais especializados em relações públicas, a Edelman e a Ketchum também têm presença relevante no mercado brasileiro.
A Edelman é a líder global no setor de relações públicas, segundo o anuário Holmes Report, que acompanha o setor. As marcas da WPP, H+K e OgilvyPR, estão na sétima e oitava posições, respectivamente. No Brasil, tinham presença discreta: ambas somavam cerca de 60 funcionários antes da união com a Ideal, que já contabilizava uma equipe de 170 pessoas.
Valorização. Essa "corrida" dos grandes grupos em direção à área de relações públicas é reflexo da transferência de parte do investimento em comunicação antes alocada nas agências de publicidade para o setor. Hoje, as empresas de RP disputam com a publicidade verbas de marketing digital, por exemplo. A combinação do trabalho de comunicação institucional com o uso de ferramentas digitais para a promoção de marcas foi um dos aspectos que mais pesaram para que a WPP fechasse negócio com a Ideal.
Os sócios-fundadores da Ideal, Ricardo César e Eduardo Vieira, permanecem no comando do negócio e seguem com uma fatia minoritária do Grupo Ideal. Ao estar dentro do WPP, que está presente em 80 países, a agência ganha mais chances de fechar contratos globais, de acordo com César. "Antes, quando havia uma conta que exigia o trabalho em toda a América Latina, tínhamos de buscar parcerias locais. Fazer parte de um grupo global facilita esse trabalho."
Digital. Fundada em 2007, a Ideal surgiu com a meta de ter um DNA digital. A empresa, aliás, nasceu para concorrer pelo atendimento do Google, que acabou sendo seu primeiro cliente. Hoje, o portfólio da Ideal inclui marcas como Facebook, GE, Nike, Monsanto, Diageo e Dell. "Chegamos com um perfil de influenciador digital, com monitoramento de redes sociais e geração de conteúdo. Ao mesmo tempo, o cliente não pode abrir mão do trabalho institucional. Foi uma união desses dois lados", explica Vieira.
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