Os principais mercados asiáticos fecharam em forte baixa nesta quarta-feira, 19, após a breve recuperação registrada ontem. Fatores locais influenciaram as bolsas chinesas, que fizeram desabar num efeito dominó os demais mercados da região.
As preocupações de que Pequim poderá não atuar agressivamente no curto prazo para dar suporte ao mercado fizeram as Bolsas da China despencar, com a baixa nos preços das commodities estimulando as vendas no setor de recursos naturais. O índice Xangai Composto desabou 4,3% e encerrou aos 2.785,58 pontos. O índice já caiu 20% desde o recorde de pontuação do ano, atingido em 4 de agosto; ainda assim, acumula ganho de 57% este ano e de 67% desde a mínima de 2008, o que pode sinalizar mais quedas à frente. Alguns analistas acreditam que o índice pode chegar aos 2,6 mil pontos nas próximas semanas, antes que os representantes do governo adotem medidas mais específicas para melhorar o sentimento. Já o índice Shenzhen Composto recuou 4,9% e terminou aos 921,32 pontos. Jiangxi Copper baixou 8,4% e Yunnan Copper teve queda de 8,7%. Já os papéis da Western Mining perderam 9,3%. Everbright Securities, que subiu 30% em sua estreia nesta última segunda-feira, 18, caiu 10%, limite diário de queda.
O yuan caiu marginalmente ante o dólar, uma vez que os investidores procuraram a segurança da divisa norte-americana depois que as ações locais caíram fortemente. Apesar de a volatilidade no mercado de câmbio ter aumentado nas últimas sessões, o dólar permaneceu em sua recente banda entre 6,8300 e 6,8400 yuans e é possível que continue aí no futuro próximo, uma vez que o banco central da China mantém sua política monetária para dar suporte à retomada da economia do país, disseram traders. No mercado de balcão, o dólar fechou cotado a 6,8341 yuans, de 6,8339 yuans do fechamento de terça-feira.
A Bolsa de Hong Kong caiu abaixo dos 20 mil pontos, liderada pelas perdas nas ações do peso pesado HSBC e China Mobile e no embalo do forte declínio nos mercados chineses. O índice Hang Seng perdeu 352,04 pontos, ou 1,7%, e encerrou aos 19.954,23 pontos, o pior fechamento desde 24 de julho. HSBC desabou 1,5%, mesmo porcentual de baixa de China Mobile, que apresentará amanhã seu balanço do primeiro semestre.
A Bolsa de Taipé, em Taiwan, fechou estável. Com fraco volume de negociações, o índice Taiwan Weighted caiu apenas 1,19 ponto e terminou aos 6.788,58 pontos, com os investidores na expectativa da divulgação amanhã dos números do PIB do segundo trimestre. O setor de cimento sofreu com a realização de lucros. Já a eletrônica Wistron subiu 0,9%.
Na Coreia do Sul, a influência negativa das bolsas da China impediu que a Bolsa de Seul sustentasse seus ganhos iniciais. O índice Kospi recuou 0,3% e fechou aos 1.545,96 pontos. Posco baixou 0,2% e o estaleiro Hyundai Heavy Industries Shipbuilder caiu 3,8%. Mas a expectativa de melhora nos resultados impulsionou montadoras e fabricantes de eletrônicos. Samsung avançou 1,1% e Hyundai Motor ganhou 4,3%.
Na Austrália, a queda do índice S&P/ASX 200 da Bolsa de Sydney foi de 0,2%, aos 4.373,8 pontos. Mas os resultados melhores do que o esperado da Woodside Petroleum e da Qantas levaram essas ações a fechar em altas de 3,7% e 3,5%, respectivamente. BHP Billiton baixou 1,5% e Rio Tinto subiu 2,3%.
Nas Filipinas, o índice PSE da Bolsa de Manila teve elevação de 1,1% e fechou aos 2.760,89 pontos.
Na Bolsa de Cingapura, as ações não conseguiram sustentar os ganhos do começo da sessão e fecharam em baixa, refletindo a fraqueza do mercado chinês. O índice Straits Times perdeu 1,8% e fechou aos 2.522,78 pontos.
O índice composto da Bolsa de Jacarta, na Indonésia, caiu 2,5% e fechou aos 2.277,75 pontos, afetado pelas quedas generalizadas os mercados asiáticos.
O índice SET da Bolsa de Bangcoc, na Tailândia, recuou 1,4% e fechou aos 631,28 pontos, também contaminado pelas perdas em Xangai e a ausência de boas notícias, que motivou realizações de lucros.
O índice composto de cem blue chips da Bolsa de Kuala Lumpur caiu 0,8% e fechou aos 1.155,53 pontos, com a queda na China estimulando a venda. As informações são da Dow Jones.