EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Notícias do mundo do agronegócio

XP vê expansão de CRAs neste ano com forte demanda por renda fixa

Certificados de Recebíveis do Agronegócio são impulsionados com a escalada da Selic vista no último ano

PUBLICIDADE

Foto do author Isadora Duarte
Por Clarice Couto e Isadora Duarte (Broadcast)
Atualização:

A grande procura de investidores por títulos de renda fixa, estimulada pela escalada da Selic no último ano, deve continuar impulsionando emissões de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e outros títulos usados pelo agro para captar recursos, como debêntures. É o que prevê Pedro Freitas, responsável por agronegócio no banco de investimentos da XP. Até novembro, empresas do setor captaram R$ 18,5 bilhões em CRAs, cerca 28% em operações realizadas pela XP. Para 2022, a perspectiva é de R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões em captações, a maior parte de CRAs. “O ano será de volatilidade, mas vemos o potencial dos emissores de CRA e a demanda por renda fixa.”

CRAs e outros títulos são utilizados pelo agro para captar recursos Foto: Matheus Lombardi/XP

Atrativo para investidores e tomadores

PUBLICIDADE

O sócio-fundador da securitizadora Ecoagro, Moacir Teixeira, endossa a perspectiva e estima de R$ 25 a 26 bilhões em CRAs em 2022. Há um ano, lembra, CRAs com retorno de CDI (similar à Selic) + 5,5% rendiam a investidores 7,5% ao ano. Hoje, 14,75%.

Mais um bolso para títulos do agro

O desenvolvimento do mercado de Fiagros (fundos focados em ativos do agronegócio) será outro estímulo aos CRAs neste ano, acredita Freitas, já que alguns investem no papel. A XP estrutura três fundos para o primeiro trimestre e espera ofertar no mínimo R$ 4 bilhões em Fiagros no ano, prevê ele.

Publicidade

De olho no agro

AQUÉM. O mercado de máquinas agrícolas fechou 2021 com alta de 20% nas vendas, estima o vice-presidente da New Holland Agriculture para a América Latina, Rafael Miotto. Poderia ter sido melhor, diz ele, não fosse a persistente crise global da cadeia de abastecimento, em especial de pneus e componentes eletrônicos, que não consegue atender à indústria na velocidade necessária. “Ficamos com gostinho de quero mais. Tem muito produtor querendo comprar, mas as empresas estão com dificuldade para produzir.”

INTERROGAÇÃO. A procura por maquinário segue aquecida, conta Miotto, sustentada por altos preços dos produtos agrícolas e perspectiva de boa safra, ainda que os equipamentos tenham ficado mais caros – só o aço subiu 35% no ano. Mesmo com o esperado aumento das taxas dos empréstimos, acompanhando a Selic (que saiu de 2% ao ano em janeiro de 2021 para 9,25% agora), ele estima aumento de 5% a 10% do mercado em 2022. “Há interesse em investir. Já vendemos o previsto para o 1.º semestre e boa parte do 2.º.”

DE VOLTA. Um total de 1.977 fazendas pecuárias voltou a fornecer gado à Marfrig no ano passado. As propriedades precisaram regularizar suas práticas socioambientais para retomar a parceria. A Marfrig calcula que estas propriedades representem 30% das fazendas que abasteceram a empresa no ano passado, o equivalente a 558.559 animais abatidos. A ação integra o Plano Marfrig Verde+, pelo qual ela pretende alcançar 100% da cadeia de fornecimento sustentável. 

NA COPA. A Adroit Robotics, de sensores inteligentes para pomares, prevê quadruplicar neste ano a área de citros monitorada com o uso da tecnologia Leafsense, dos atuais 3,5 mil para 20 mil hectares. A ampliação elevará sua participação no mercado a 6%, ante 1% hoje, conta Angelo Gurzoni Jr, diretor de Tecnologia. A receita deve crescer 2,5 vezes, para cerca de R$ 2 milhões. A ferramenta permite a contagem das árvores, avaliação de frutos, estimativas de safra e detecção de doenças.

Publicidade

EXPANDE. Parte dos novos pomares a serem monitorados pela Adroit deve vir de parceria com a rede de distribuidores da Bayer. Ela prestará o serviço a partir de 2022 e expandirá aos Estados do Paraná e Santa Catarina o trabalho hoje concentrado em São Paulo. As primeiras lavouras de manga devem entrar no portfólio da startup neste ano. Em 2023, a estreia será em maçãs.

Giro

Preços dos fertilizantes devem continuar elevado

Produtores continuarão pagando caro por adubos. Analistas dizem que uma eventual queda nas cotações internacionais tende a ser anulada pela valorização do dólar ante o real, o que encarece os insumos importados. “O cenário para este ano, com eleições, é de incerteza cambial, o que traz impacto às cotações locais”, diz Bruno Fonseca, analista do Rabobank. 

Vem aí

Publicidade

Estimativas da safra 21/22 no radar do mercado

O mercado de grãos volta a atenção nesta semana para números da produção brasileira de grãos 21/22. À medida que a estiagem aumenta, consultorias privadas vêm cortando suas previsões em virtude das perdas no Sul do País. Amanhã, o IBGE e a Conab atualizam suas estimativas de safra.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.