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YPFB diz que embaixador brasileiro passa informações negativas

Segundo a estatal, Antonino Mena Gonçalves estaria fazendo isso para modificar o preço do gás que a Bolívia vende ao Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

A empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) acredita que o embaixador brasileiro Antonino Mena Gonçalves está passando à imprensa informações negativas sobre as negociações para modificar o preço do gás que a Bolívia vende ao Brasil. "Eu acho que o senhor embaixador está passando informações à imprensa, o que não é apropriado em um tipo de negociação como este", disse nesta quarta-feira o titular da YPFB, Jorge Alvarado, a um canal de televisão. A YPFB propôs à Petrobras, no dia 29 de junho, aumentar o preço do gás que a vende desde 1999, para um valor ainda não revelado, após ter estipulado com a Argentina uma alta de US$5 dólares por milhão de BTU (Unidade Térmica Britânica) até o fim do ano. O embaixador brasileiro assinalou na terça-feira à imprensa que, em aplicação do contrato, seu país já aceitou pagar quatro dólares desde o dia 1º de julho, e não considera o preço estipulado com a Argentina como referência, pois o contrato com o Brasil é diferente, valendo até 2019. Segundo a Petrobras, a nova tarifa teve um aumento de 10% em relação aos US$3,73 por milhão de BTU que pagava em maio, em aplicação de um mecanismo gradual de ajuste previsto no contrato. No entanto, o presidente da YPFB ressaltou hoje que o convênio estabelece ainda que há cada cinco anos, completados já em 2004, que qualquer das partes pode requerer a modificação dos preços. Alvarado evitou revelar o preço oficialmente proposto ao Brasil, mas afirmou que, no mercado brasileiro, o gás boliviano substitui combustíveis que têm um valor atual de US$ 7,5 por milhão de BTU, embora isso inclua o custo do transporte, de US$1,5. "Estes são argumentos que estamos usando para revisar o preço. Não estamos dizendo qual será o preço (...) pois isso faz parte das negociações; mas o contrato não estabelece que temos que receber US$ 4 por 20 anos", disse. Em 29 de junho começaram os 45 dias estipulados no contrato boliviano-brasileiro como termo para se chegar a um acordo ou recorrer a uma arbitragem internacional, que o governo de La Paz diz estar confiante em ganhar, segundo declarou Alvarado.

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