
06 de dezembro de 2015 | 06h22
Com um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 10,356 trilhões, inferior apenas ao dos EUA (US$ 17,348 trilhões), a China vinha pleiteando há anos que o yuan fosse reconhecido como moeda de reserva. Mas havia resistência do FMI, que condicionava a medida a reformas internas na economia chinesa.
O yuan deve passar, assim, a integrar a cesta de moeda composta pelo dólar, a libra esterlina, o euro e o iene, utilizada pelo fundo para fixar o valor dos Direitos Especiais de Saque (DES), sua unidade contábil.
Contudo, a vitória chinesa é mais simbólica e está sujeita a reversão, a depender da política econômica que Pequim vier a adotar daqui por diante. Alguns analistas internacionais consideram que o FMI relaxou suas regras ao admitir o yuan como moeda de reserva, notando que a economia chinesa ainda está sujeita a forte intervenção estatal.
Para a revista The Economist, a China começou a forçar a porta do FMI quando decidiu, em meados deste ano, ampliar sua participação no total das cotas da instituição para 10,92%, passando à frente do iene (8,33%) e da libra (8,09%), ficando com uma boa parte da participação do euro, que recuará de 37,4% para 30,93%. Amplamente majoritário, o dólar responde por 41,73% do total.
Analistas não consideram a hipótese de, em futuro previsível, a moeda chinesa ameaçar a hegemonia do dólar como moeda de reserva e meio principal de intercâmbio em todo o mundo. A parcela de transações internacionais em yuan vem aumentando, mas ainda não passa de 2,8% do comércio global. As próprias reservas chinesas, as maiores do mundo (US$ 3,7 trilhões), são denominadas em dólar.
Com relação a países em desenvolvimento, como o Brasil, para os quais a China tem sido um dos maiores mercados, pode ser que, com o passar do tempo, uma parte do intercâmbio venha a ser feita em yuan, hoje cotado em 5,3935 por dólar. A moeda chinesa poderá também servir de parâmetro para os investimentos crescentes que as estatais chinesas têm feito nesses países.
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