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Zeca do PT também culpa fazendeiro por aftosa

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador de Mato Grosso do Sul, José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, disse ao chegar ao Itamaraty, que vai pedir ao governo, no encontro que terá hoje, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo menos R$ 1 milhão para um fundo de emergência para atender cerca de 3.500 produtores de leite da área onde ocorreram focos de febre aftosa. O governador disse que seu Estado já disponibilizou R$ 500 mil para este fundo. Eu também acho, como presidente, que a culpa é do fazendeiro", afirmou Zeca do PT. "É uma visão atrasada imputar a culpa ao governo Lula e dizer que botar R$ 10 milhões na vigilância sanitária resolve o problema", afirmou. Ele eximiu também a si próprio de culpa: "Você acha que é fácil um fiscal sanitário do Estado ficar sozinho numa área de 600 Km quadrados, onde caminhões carregados de gado trafegam clandestinamente?", questionou. "É muito apetitoso trazer gado de lá (do Paraguai) para engordar. Um novilho, no Paraguai custa R$ 100 a menos que no Brasil". O governador afirmou, também, que vai sugerir ao presidente uma presença maior do Exército na região de fronteira com o Paraguai, onde gado entra em território brasileiro sem vacinação; maior punição aos fazendeiros que não vacinaram seu rebanho e maior debate da questão no âmbito do Mercosul. Ele relatou que um total de 5.000 cabeças de gado deverão ser sacrificadas em virtude da descoberta de focos de aftosa e reclamou dos fazendeiros, levantando a hipótese de que os focos de aftosa detectados no Estado sejam resultado do contrabando de gado sem vacina, do uso de vacinas sem validade ou da postura dos fazendeiros, que em alguns casos compram a vacina mas não vacinam o gado. Indenização O governador disse, ainda, achar um pouco difícil indenizar fazendeiros que tiveram o rebanho sacrificado, argumentando que seria preciso identificar quem contrabandeou ou não animais. "Agora, só tratar como caso de Polícia não resolve. É preciso ações mais efetivas, pois tudo hoje é temporário". DESCOBERTA A febre aftosa foi descoberta na Itália no século XVI. Está presente de forma endêmica em regiões da Ásia, América do Sul, África e Oriente Médio. Houve surtos na Grécia,Taiwan,Argentina, Brasil, Uruguai, Japão e Reino Unido. SINTOMAS A febre aftosa é talvez a doença mais temida pelos pecuaristas. Nos animais, ela provoca afta na boca e na gengiva, além de feridas nas patas e nas mamas. A vaca fica em estado febril, não consegue pastar, perde peso e produz menos leite. Já nos humanos, são raros os casos de contaminação, mas eles não podem ser descartados. Os sintomas são febre leve e calafrios, bem como bolha nas mãos e na boca. Contudo, a doença não chega a provocar risco de morte entre os humanos. CONTAMINAÇÃO Os animais que podem ser contaminados pelo aftovírus são bois, porcos, cabras e ovelhas. No caso dos humanos, a contaminação é bem mais difícil e só acontece se a pessoa ficar em constante contato direto com animais contaminados. TRANSMISSÃO o aftovírus pode ser transmitido pelo leite, carne e saliva do animal doente. A doença também é transmissível para animais pela água, pelo ar e por objetos e locais sujos. Humanos não transmitem o vírus entre si, mas podem levar na roupa, caso tenham entrado em uma área onde há aftosa. PREVENÇÃO Não existe tratamento contra a Febre Aftosa e sim medidas preventivas específicas pelo uso de vacinas. No Brasil, o processo mais aconselhável é a vacinação periódica dos rebanhos, assim como a imunização de todos os bovinos antes de qualquer viagem. Em geral a vacina contra a febre aftosa é aplicada, de 6 em 6 meses, a partir do 3º mês de idade. No Estado de São Paulo deve ser feita nos meses de março e setembro. Na aplicação devem ser obedecidas as recomendações do fabricante em relação à dosagem, tempo de validade, método de conservação e outros pormenores.

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