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Zona do euro quer ver reformas na Grécia antes de aliviar metas

Novo governo da Grécia pedirá mais tempo para atingir metas de redução de gastos e tem a esperança de obter concessões dos 16 outros países-membros que compartilham o euro

Por Sergio Caldas e da Agência Estado
Atualização:

Os parceiros da Grécia na zona do euro disseram esperar que o país primeiro mostre progressos nas reformas econômicas antes de considerar a possibilidade de conceder aos gregos mais tempo para cumprir os termos de seu acordo de ajuda econômica.

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Durante reunião de ministros das Finanças da zona do euro, em Luxemburgo, o representante da Holanda, Jan Kees de Jager, enfatizou que a Grécia deve seguir em frente com uma "dolorosa" reestruturação, após a qual, ele sugeriu, poderá haver alguma flexibilização dos termos do pacote de € 173 bilhões concedido a Atenas.

Quaisquer mudanças no acordo, afirmou o ministro holandês, só poderão vir "depois que houver avanços".

O novo governo de coalizão da Grécia, que anunciou seu gabinete, disse que pedirá mais tempo para atingir metas de redução de gastos e tem a esperança de que o sentimento anti-austeridade e pró-crescimento que ganhou força em Paris e Roma o ajude a obter concessões dos 16 outros países-membros que compartilham o euro.

No entanto, uma decisão anunciada pelo novo gabinete grego de não ir em frente com demissões planejadas no setor público deve alimentar temores de que Atenas não cumprirá as exigências da União Europeia (UE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).

Partidos da coalizão grega afirmam que atrasaram as reformas para dar ao primeiro-ministro Antonis Samaras, que tomou posse ontem, mais tempo para renegociar os termos do pacote de ajuda. Mas o trio de credores do país, a chamada troica, argumenta que os cortes no setor público são essenciais para a Grécia reduzir custos e cumprir as metas de déficit orçamentário e, consequentemente, se candidatar a novos auxílios financeiros.

Até o momento, a Grécia demitiu apenas poucas centenas de servidores públicos e ainda não implementou o chamado sistema de reserva, pelo qual o funcionalismo seria reduzido em 30 mil trabalhadores, prometendo adotar a medida até o fim do ano.

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Já para o ministro das Finanças de Luxemburgo, Luc Frieden, a questão primordial não é se a Grécia ganhará mais tempo para cumprir suas metas fiscais, mas se os termos do acordo permitirão ao país voltar a crescer. As informações são da Dow Jones.

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