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B3, XP e BlackRock se unem para lançamento de curso gratuito sobre ESG 

Conteúdos são voltados para investidores pessoas físicas e podem ser acessados a partir desta segunda

Por Heloísa Scognamiglio 
Atualização:

A B3, Bolsa de Valores de São Paulo, lançou nesta segunda-feira, 14, o curso “ESG: um novo jeito de investir”. Realizado em parceria com a XP e a BlackRock, o curso online é gratuito e tem como foco os investidores pessoas físicas. 

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A sigla ESG, do inglês environmental, social and governance, se refere a práticas ambientais, sociais e de governança corporativa. O tema ganha cada vez mais relevância no cenário econômico global, sendo visto como um caminho para o desenvolvimento sustentável

Mesmo que no Brasil o movimento seja mais tímido se comparado a outros lugares do mundo, o tema também tem atraído interesse no País. No entanto, o assunto ainda gera muita dúvida e desconfiança nos investidores. O curso pretende informar esse público, com linguagem acessível para contemplar também quem ainda não está muito familiarizado com temas de investimentos. 

Segundo Christianne Bariquelli, superintendente de Educação da B3, uma das motivações para a criação do curso foi o aumento da curiosidade pelo tema. “Com esse aumento de investidores pessoas físicas na B3 que presenciamos nestes últimos dois anos, foi natural o aumento do interesse dessas pessoas em ESG. E os investidores em geral estavam procurando saber mais a respeito: o que é ESG, como as empresas incorporam essas práticas nas suas atividades, como isso reflete no resultado dessas empresas e portanto no resultado dos investimentos. As pessoas têm procurado entender mais sobre o tema”, explica. 

Ela aponta que o curso vem para somar aos outros conteúdos que a B3 oferece para os investidores pessoas físicas no seu hub de educação financeira, a B3 Educação, plataforma que tem conteúdos sobre investimentos produzidos pela B3 e por parceiros e que visa informar para que as pessoas físicas invistam com mais consciência e segurança. “Já temos esse propósito, então o ESG era um tema que precisava entrar nesse contexto, sendo abordado de forma estruturada. Então foi isso que fizemos, com um conteúdo bastante completo”, diz. 

Christianne destaca que as práticas ESG aplicadas nas empresas acabam contribuindo para que os negócios sejam mais resilientes e sustentáveis ao longo do tempo. “E o mesmo acontece também com o portfólio de investimento desses investidores. Além de ser um tema em evidência e de ter benefícios para a sociedade como um todo, tem benefícios também para o investidor e ele precisa entender em que medida ele pode ter expectativa de acessar esses benefícios. Muita gente tem um conceito errado de que investir em ESG é abrir mão de retornos financeiros. Não necessariamente isso é verdade e a gente explica tudo isso no curso”, afirma. 

B3, a Bolsa de Valores de São Paulo Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Marta Pinheiro, diretora de ESG da XP, explica que o curso integra a estratégia da empresa de não só evoluir sozinha em relação ao tema, mas de trabalhar pelo avanço em todo o ecossistema. “Isso envolve nossos clientes, assessores, todos os nossos parceiros. Iniciativas que tragam informação, conteúdo e educação a respeito do que é ESG, como a gente pode aplicar isso dentro da perspectiva de investimento, são muito importantes para a gente conseguir ajudar o mercado brasileiro como um todo a evoluir. Por isso, investimos bastante em iniciativas como essa. Isso faz parte da nossa corresponsabilidade de desenvolvimento do tema e do assunto no Brasil no mercado financeiro”, afirma. 

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Para Carlos Takahashi, CEO da BlackRock no Brasil, iniciativas como o curso “ESG: um novo jeito de investir” são muito importantes para o mundo dos investimentos. “Temos a convicção de que a democratização dos investimentos é fundamental para que todos possam alcançar o seu bem-estar financeiro no longo prazo e a disseminação da informação e a educação são fundamentais para esse propósito”, afirma. 

Comentando a relevância das questões relacionadas ao ESG e a participação da BlackRock na realização do curso, o CEO destaca que, em 2020, a gestora fez da sustentabilidade o seu novo padrão de investimento. “Detalhamos o nosso compromisso de incorporar a sustentabilidade na gestão de riscos e investimentos, tecnologia e administração. Tudo isso para ajudar a melhorar os resultados dos investimentos dos clientes. Resultado como consequência de propósitos e práticas adequadas”, diz. 

Takahashi aponta que, especificamente em relação às questões ambientais, os investidores estão cada vez mais reconhecendo que o risco climático é um risco de investimento, passando a levar essas questões em consideração quando tomam suas decisões.

Conteúdo do curso

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As aulas do curso abordam o ESG em relação a seu impacto no mundo dos negócios e seu papel nas estratégias de investimentos. São 18 conteúdos, divididos em seis módulos, que englobam desde o que significa a sigla até os possíveis retornos financeiros dos diferentes perfis de investimentos ESG. O conteúdo inclui bate-papos com especialistas e videoaulas comandados por Maria Eugênia Buosi, sócia da Resultante Consultoria ESG, e infográficos que trazem uma maior contextualização do assunto. 

De acordo com Maria Eugênia, o começo do curso traz conceitos mais básicos. “Temos os dois primeiros módulos trazendo um pouco de mitos e verdade, o que é ESG, se ESG e sustentabilidade são a mesma coisa ou não. Enfim, trazemos uma agenda conceitual no começo, para tirar um pouquinho o véu sobre o que é ESG, trazendo isso da forma mais palpável possível. Depois trazemos o E, o S e o G destrinchados e, por fim, isso tudo no mercado de investimentos”, diz. 

Para Maria Eugênia, um dos desafios em realizar o curso foi conseguir conciliar conceitos técnicos e uma linguagem acessível e ampla que, ao mesmo tempo, trouxesse engajamento e interesse dos investidores. “Por mais que a gente saiba que o ESG está mais disseminado no mercado, ainda é preciso botar a bola no chão, ainda precisamos trazer o tema em conceitos mais tangíveis, mais concretos. E foi isso que tentamos fazer”, explica.

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A sócia da Resultante destaca que o mais importante foi a colaboração de vários parceiros. “Fomos a consultoria técnica que coordenou toda a elaboração e a gravação do conteúdo, mas a parte mais legal é que não fizemos isso sozinhos. Além da B3, da XP e da BlackRock, responsáveis pelo curso, tivemos apoio de especialistas que voluntariamente participaram de cada um dos módulos. Entre eles, o professor Celso Lemme, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), José Berenguer, presidente do Banco XP, Tasso Azevedo, que é um megaespecialista em meio ambiente, o próprio IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), entre outros”, enumera. 

O curso pode ser acessado na B3 Educação, plataforma de educação financeira da Bolsa, através deste link.