Caso Samarco pode tirar Vale de índice de sustentabilidade
Ações da mineradora têm o maior peso na composição do índice da Bolsa, mas tragédia ambiental pode levar à sua exclusão
Por Malena Oliveira
Atualização:
A permanência das ações da Vale no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa pode estar ameaçada pelo rompimento das barragens de rejeitos da mineradora Samarco em Bento Rodrigues (MG). Hoje, os papéis da empresa têm o maior peso no índice e respondem por 13,3% de sua composição. Outras companhias com participação relevante são BRF (cujas ações têm peso de 12%), Cielo (8%) e Itaú (6,8%).
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A BM&FBovespa não comenta o caso, mas informa, por meio de nota, que a exclusão de uma empresa está prevista no regulamento do índice "em casos de fatos gravíssimos e comprovados por todos os mecanismos, inclusive legais, e que ferem de forma definitiva as premissas do índice".
O ISE reúne ações de empresas com iniciativas voltadas não somente para a preservação ambiental, mas também para a eficiência econômica e a responsabilidade social. Sua composição passa por uma avaliação periódica da Bolsa e a carteira revisada será divulgada no próximo dia 26.
Barragem de rejeitos se rompe em Minas Gerais
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Resgates em Mariana
Vítimas resgatadas em Mariana foram atendidas por equipes dos bombeiros e da Defesa Civil Foto: Márcio Fernandes/Estadão
Resgates em Mariana
As pessoas resgatadas são levadas a um ginásio na cidade de Mariana Foto: Márcio Fernandes/Estadão
Resgates em Mariana
Vários colchões foram espalhados ao longo do ginásio na cidade de Mariana Foto: Márcio Fernandes/Estadão
Barragem de rejeitos se rompe em Minas Gerais
O distrito de Bento Rodrigues, que pertence a Mariana, foi alagado. Foto: Facebook/Reprodução
Barragem de rejeitos se rompe em Minas Gerais
Mais de 50 feridos foram socorridos no local - 13 foram levados para o Hospital Monsenhor Horta, em Mariana, alguns em estado grave Foto: Facebook/Reprodução
Resgates em Mariana
Sobreviventes da queda de barragem em Mariana Foto: Douglas Magno/AFP
Resgates em Mariana
Mariana é uma das chamadas cidades históricas de Minas Gerais Foto: Douglas Magno/AFP
Barragem de rejeitos se rompe em Minas Gerais
O início da alteração da paisagem data do século 18, com intenso desmatamento praticado por mineradoras em busca, principalmente, de ferro. Foto: Facebook/Reprodução
Resgates em Mariana
Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
Resgates em Mariana
Vista do local onde a barragem quebrou (parte cinza) e que acabou com o distritode Bento Rodrigues Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
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Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
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Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
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Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
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Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
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Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
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Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
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Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
Resgates em Mariana
Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
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Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
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Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
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Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
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Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO
Resgates em Mariana
Homem observa os rastros de destruiçãoem Mariana Foto: Douglas Magno/AFP
Barragem de rejeitos se rompe em Minas Gerais
Uma barragem de rejeitos da mineradora Samarco rompeu-se ontem, por volta das 16h, entre Mariana e Ouro Preto, a 110 km de Belo Horizonte (MG). Foto: Facebook/Reprodução
Resgates em Mariana
Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama Foto: Douglas Magno/AFP
Resgates em Mariana
Mariana aguarda ajuda de outras cidades Foto: Douglas Magno/AFP
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Guardas municipais auxiliam a chegada das pessoas ao ginásio Foto: Márcio Fernandes/Estadão
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Helicópteros sobrevoam a região do distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, em busca de vítimas Foto: Douglas Magno/AFP
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Moradores são cadastrados por equipes da prefeitura de Mariana Foto: Márcio Fernandes/Estadão
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Moradores desalojados passaram a noite no ginásio de Mariana Foto: Márcio Fernandes/Estadão
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Roupas e objetos pessoais foram levados ao ginásio para os desalojados Foto: Márcio Fernandes/Estadão
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Crianças dorme no ginásio ao lado de outras pessoas que ficaram desalojadas Foto: Márcio Fernandes/Estadão
Resgates em Mariana
Funcionários da prefeitura aulixiam os moradores que chegam ao ginásio em Mariana Foto: Márcio Fernandes/Estadão
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Roupas que foram levadas ao ginásio para os desabrigados Foto: Márcio Fernandes/Estadão
Barragem de rejeitos se rompe em Minas Gerais
A tragédia deve transformar-se na mais grave na área ambiental do Estado. Foto: Facebook/Reprodução
Barragem de rejeitos se rompe em Minas Gerais
Até uma igreja histórica do século 18 e uma escola teriam sido atingidas. Foto: CORPO DE BOMBEIROS/MG
Barragem de rejeitos se rompe em Minas Gerais
Segundo o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador de Meio Ambiente do Ministério Público Estadual, a situação na região é catastrófica. Foto: Facebook/Reprodução
Resgates em Mariana
Estragos ainda não foram contabilizados em Mariana Foto: Douglas Magno/AFP
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Sobreviventes do acidente em Bento Rodriguesaguardam ambulância Foto: Douglas Magno/AFP
Resgates em Mariana
Falta de informações sobre as vítimas preocupa os moradores de Mariana Foto: Douglas Magno/AFP
Barragem de rejeitos se rompe em Minas Gerais
Após o rompimento, a lama atingiu rapidamente o distrito de Bento Rodrigues, destruindo casas e encobrindo ruas e praças. Foto: Facebook/Reprodução
Barragem de rejeitos se rompe em Minas Gerais
Os serviços de energia elétrica e água foram afetados - não havia nem sinal de celular. Foto: Facebook/Reprodução
Barragem de rejeitos se rompe em Minas Gerais
A população estimada de Bento Gonçalves, que fica a 25 km da região central, é de 492 pessoas, residentes em 142 casas, de acordo com o Instituto Bras... Foto: Facebook/ReproduçãoMais
Barragem de rejeitos se rompe em Minas Gerais
O Ministério Público abriu inquérito para apurar as causas da tragédia. Foto: Facebook/Reprodução
Outras companhias que já foram excluídas da composição do ISE foram Usiminas e Dasa, em 2011, e a Petrobrás, em 2009.
O professor e pesquisador da Fundação Dom Cabral, José Paschoal Rossetti, afirma que o caso Samarco pode contribuir para a exclusão da Vale do índice. Ele, contudo, ressalta que "outros aspectos precisam ser avaliados, como as ações de peso que ela realiza em sustentabilidade."
Os estragos causados pelo acidente atingem também a percepção do mercado financeiro sobre a Vale que, assim como a anglo-australiana BHP Billiton, detém 50% de participação na Samarco. "Os papéis da mineradora têm dois problemas hoje: um é a queda do preço do minério de ferro, causada pela desaceleração da economia chinesa, e outro é o fato de a companhia estar envolvida em um dos maiores acidentes ambientais da história", diz o economista-chefe da TOV Corretora, Pedro Paulo Silveira. Para ele, um agravante é o fato de não se saber ao certo o tamanho do prejuízo com o qual as donas da Samarco terão de arcar.
Nesta segunda-feira, 16, as ações com direito a voto da Vale (ON) fecharam em queda de 2,15%, negociadas a R$ 15,04; já as com preferência no recebimento de dividendos (PN) caíram 1,88%, cotadas a R$ 12,88. Desde as primeiras notícias sobre o acidente, os papéis acumulam queda de 13,56% (ON) e de 11,08% (PN).
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Responsabilidade. Companhias devem assumir os riscos e as consequências por situações adversas, mesmo que elas não ocorram dentro de casa. É o que defende a vice-presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Eliane Lustosa.
O instituto não comenta casos específicos, mas defende que a alta cúpula das companhias deve buscar informações para prevenir essas situações: "Se existem riscos, os conselheiros têm de saber o que é feito para evitá-los", diz Eliane. "O administrador deve assumir o bônus e o ônus de suas decisões", completa.
Hoje presidente do conselho de administração da Fibria Celulose, José Luciano Penido esteve à frente da Samarco por 12 anos: "É muito triste ver que uma empresa que se estabeleceu como referência no Brasil, de uma hora para a outra, demonstrou não estar preparada para reagir à altura e perdeu uma reputação de 40 anos", diz. "Mesmo com o esclarecimento das razões, acho muito difícil ter a licença social para voltar a operar."