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Decisões na Petrobrás permanecem nas mãos de 'pequeno grupo', diz conselheiro

Representante dos funcionários na alta cúpula da estatal, Deyvid Bacelar se absteve de votar na escolha do presidente do conselho; Nelson Carvalho foi escolhido para o posto após o pedido de licença de Murilo Ferreira

Por Renato Carvalho
Atualização:
Membro do conselho da Petrobrás criticou forma como decisões são tomadas na petroleira Foto: Fabio Motta/Estadão

Durante reunião do conselho de administração da Petrobrás, realizada no úlitmo dia 14, o representante dos petroleiros no colegiado, Deyvid Bacelar, criticou a forma como Nelson Carvalho foi escolhido para presidir o conselho. "Seria prudente, no mínimo, uma reunião presencial extraordinária com os conselheiros para estressar os fatos e, num segundo momento, permitir uma votação mais amadurecida de todo o processo".

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Bacelar se absteve de votar na reunião que decidiu pela nomeação de Carvalho para presidir o conselho da Petrobrás. Em sua declaração de voto, detalhada na ata da reunião do conselho, divulgada na noite desta quarta-feira, 23, Bacelar afirma que as decisões sobre o futuro da empresa "permanecem centralizadas e capitaneadas por um pequeno grupo de gestores que, na maior parte dos casos, não buscam compreender todas dimensões dos impactos oriundos de tais decisões."

O conselheiro afirma ainda que "embora não haja nenhuma contrariedade em relação ao professor Nelson Carvalho, parece ser importante entender as razões para sua indicação".

A reunião serviu também para aprovar as licenças de Murilo Ferreira, então presidente do conselho, e seu suplente Clovis Torres Junior. Em relação a Ferreira, Bacelar declara que o executivo "foi muito prudente em seu voto com relação à abertura de capital da BR Distribuidora e que o presidente do conselho poderia ajudar o colegiado na condução da mudança na estrutura organizacional da Petrobrás".

Bacelar e Ferreira votaram contra o IPO da BR Distribuidora, conforme ata da reunião realizada em agosto. À época, Ferreira defendeu que era necessário contratar profissionais para colocar em prática um novo plano de negócios e gestão da BR, antes de colocá-la à venda. Bacelar afirmou que o momento não era propício para a venda, e defendeu melhoras na governança da empresa e a formação de joint ventures para maximizar alguns negócios.

Sobre Clovis Torres, Bacelar registrou que o conselheiro "tem dado auxílios ao conselho nas reuniões". 

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