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Efeito Amazon impulsiona venda de terceiros nas principais varejistas brasileiras

Magazine Luiza e Via Varejo estão se estruturando no chamado marketplace

Por Flavia Alemi
Atualização:

O marketplace, que consiste na venda de produtos de terceiros em plataformas de comércio eletrônico, ganha cada vez mais espaço dentro das grandes varejistas brasileiras, que, a exemplo da gigante americana Amazon, estão aumentando o número de sellers nas suas plataformas online. No caso do Magazine Luiza, o marketplace foi o grande destaque da empresa no primeiro semestre, crescendo 268,1% e chegando a R$ 1,015 bilhão em vendas, com essa soma já representando 8,9% das vendas totais da varejista. O número de sellers na plataforma do Magazine passou de 8 mil e deve crescer a um ritmo de mil por mês até o fim do ano.

Netshoes abriu seu capital em abril de 2017;Magazine Luiza comprou a Netshoes por US$ 62 milhões em 2019 Foto: Divulgação/Netshoes

Segundo o diretor presidente do Magalu, Frederico Trajano, esse crescimento se deu sem estimular a informalidade. "E a gente quer estimular os que operam na informalidade a entrar na formalidade", afirmou o executivo durante teleconferência de resultados nesta semana. Em outras palavras, só consegue ofertar produtos na plataforma do Magazine Luiza quem cumpre com as obrigações fiscais. Na Via Varejo, a nova gestão disse estar reavaliando os atuais sellers das suas plataformas online e o diretor presidente, Roberto Fulcherberguer, quer adotar uma postura mais cautelosa na captação de novos parceiros. Ele aponta preocupações com a possibilidade dos sellers prestarem um desserviço aos consumidores, causando desgaste à imagem da Via Varejo. "Estamos checando nível de serviço e se os produtos dos sellers estão alinhados com o que a gente gostaria de estar vendendo", disse Fulcherberguer ao Estadão/Broadcast. A ideia é montar uma estratégia para avaliar os possíveis parceiros na venda de terceiros antes deles entrarem no negócio da Via Varejo. A empresa encerrou o primeiro semestre de 2019 com mais de 4,5 mil sellers e expansão do volume bruto de mercadoria (GMV) de 56,2%, chegando a R$ 687 milhões. Do total de GMV faturado, 21% corresponderam ao marketplace no primeiro semestre. Comparados com os números da gigante Amazon, os volumes das brasileiras são pequenos: a americana encerrou o ano de 2018 com US$ 160 bilhões de vendas no seu marketplace e quase 2 milhões de sellers com produtos à venda. A varejista, porém, ao contrário do que Magazine Luiza e Via Varejo estão se comprometendo a fazer, não impõe muitas restrições à entrada dos sellers na sua plataforma. Na política que consta na central de sellers da Amazon, está previsto que o parceiro deve cumprir suas obrigações legais e há diversas diretrizes sobre embalagens e regras, mas não existe uma prestação de contas entre o vendedor e a Amazon. As vendas no marketplace da americana representaram, em 2018, 58% do total. No Brasil, essa mesma proporção é verificada na B2W, que encerrou o primeiro semestre com 59,9% do GMV sendo representado pelas vendas de produtos de terceiros. Em reais, essa expansão significou R$ 4,4 bilhões e um total de 31 mil sellers ao final de junho.

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