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Fórum reúne cadeia nacional de abastecimento para discutir ESG

Evento, que ocorre nesta quinta, faz parte de movimento idealizado pela Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) com intenção de elaborar plano para implementação de boas práticas 

Por Heloísa Scognamiglio 
Atualização:

A Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) realiza nesta quinta-feira, 17, o 1.º Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, que discutirá práticas ESG (sigla em inglês que se refere a aspectos ambientais, sociais e de governança das empresas). O evento virtual reunirá especialistas em soluções de impacto socioambiental e em governança corporativa a lideranças da cadeia de abastecimento, representantes do mercado de capitais e autoridades. Entre os presentes, estarão os ministros da Economia, Paulo Guedes, da Cidadania, João Roma, da Agricultura, Tereza Cristina, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles

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“Foi uma iniciativa da Abras colocar a agenda ESG para os setores mercadistas”, afirma Rodrigo Segurado, vice-presidente de Ativos Setoriais da Abras. “No entanto, quando começamos a discutir o tema, percebemos que somos o elo final de uma longa cadeia produtiva e econômica e que não faria sentido termos uma agenda só do varejo - deveríamos envolver a cadeia toda”, explica. 

Assim nasceu a ideia do fórum, que reúne representantes de diversos setores envolvidos na cadeia de abastecimento, desde insumos, energia e indústria, até embalagens, distribuição e logística. “Temos quatro categorias que compõem 80% do consumo dos brasileiros: alimentos, bebidas, higiene pessoal e limpeza. Esses setores vão estar representados, mas todos eles têm uma cadeia produtiva, envolvendo matéria-prima, indústria, embalagem e distribuição na ponta. Esse conjunto de atores que a gente trouxe para a mesa”, conta Segurado.

Setor de supermercados quer criar plano para implementar boas práticas ESG. Foto: Ari Ferrari/Estadão - 27/4/2017

O objetivo do evento é debater, analisar e estabelecer quais são as prioridades envolvendo os aspectos ESG no caso da cadeia nacional de abastecimento, para que seja elaborado um plano de ação de implementação de boas práticas. Outra meta é formar coalizões multissetoriais para resoluções de problemas comuns. “O que gostaríamos de discutir são os temas transversais da cadeia, que transcendem cada setor. Estamos apostando na união e na colaboração do que pode ser feito junto”, declara Rodrigo. O fórum será sucedido por duas reuniões de trabalho, nas quais as soluções e propostas apresentadas no evento serão estruturadas e implementadas. 

Rodrigo Segurado ressalta que o evento não tem caráter expositivo. “A dinâmica do fórum não é de palestras e exposições, é de debate, propostas e de eleição. Haverá votação das propostas”, diz. 

O fórum contará com seis painéis ao longo do dia, que abordarão a cadeia de abastecimento, o ESG como um todo e como ele se aplica à cadeia, os impactos socioambientais, a governança corporativa e alguns cases de sucesso da cadeia de abastecimento. Ao fim do evento, serão compartilhadas as conclusões de cada painel. As conclusões serão transformadas em um relatório que pautará as duas reuniões de trabalho, que estão previstas para ocorrer em outubro deste ano e em março do ano que vem. 

“Tudo isso para que também haja um posicionamento institucional da cadeia nacional de abastecimento em prol dessas causas. A ideia é inclusive encaminhar um manifesto para a Cop 26 (26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, programada para novembro deste ano), com metas e objetivos claros”, diz Rodrigo. 

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Comentando o que motivou a realização do evento e de toda a movimentação em direção a melhores práticas ESG, o vice-presidente afirma que “não se pode mais desenvolver uma atividade econômica sem comprovação de impacto social, ambiental e de adoção de boas práticas de governança”. 

Para ele, a agenda de sustentabilidade ganhou novos contornos nos últimos tempos, tanto pela emergência ambiental quanto por conta da pressão de investidores internacionais. “A gente de fato chegou no limite do que a atividade econômica vinha fazendo, em relação à questão ambiental. E o setor internacional de mercado de capital decidiu que não terá mais capital de investimentos para a atividade econômica que não tiver responsabilidade ambiental, social e governança”, diz. 

Ele destaca que, com a união de todos os atores da cadeia, é possível obter maiores avanços - mas alerta que, inevitavelmente, esses avanços levam tempo. “É uma agenda de longo prazo. Estamos começando uma longa jornada que a cada ano pode se sofisticar, pode se aperfeiçoar. O que a gente gostaria é de ter todo mundo junto trabalhando para essas questões tão importantes e também continuar monitorando os resultados e os impactos disso e ir corrigindo a rota”, afirma. 

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Para Segurado, o feito inédito do fórum é ter criado um ambiente de alto nível para a cadeia nacional de abastecimento conversar. “Os participantes são expoentes de impacto social, de impacto ambiental, de governança, do mercado de capitais. De todos os públicos que a gente envolveu, vieram os principais executivos e líderes ou autoridades do tema. Acho que o nível está bastante elevado”, diz. 

Para participar do fórum, basta se inscrever neste link. Qualquer pessoa pode participar gratuitamente e as inscrições permanecerão abertas ao longo do dia. O evento tem o apoio da KPMG, do Programa Mundial de Alimentos do Centro de Excelência Contra a Fome Brasil (WFP) e do Pacto Global da ONU no Brasil.

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