Tributação e gastos públicos representam o maior problema econômico no Brasil, segundo pesquisa realizada pela Global Network of Directors Institutes (GNDI), divulgada nesta segunda-feira, 1º, pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
Do total dos entrevistados, 70% apontaram este item como o de maior preocupação. Em seguida está corrupção, com 62%, e pobreza, com 42%.
Segundo a superintendente-geral do IBGC, Heloisa Bedicks, a corrupção não esteve presente quando observada a pesquisa no resto do mundo, que teve, contudo, a presença da preocupação em relação ao custo da assistência médica. “Corrupção é um assunto exclusivamente do Brasil e atribuímos isso aos problemas que estamos vivendo”, afirmou.
Outro fator que chamou atenção foi o menor grau de transparência nas remunerações dos executivos no Brasil, em relação ao praticado no exterior. Segundo a pesquisa, apenas 7% dos respondentes no Brasil divulgam por iniciativa própria a remuneração dos conselheiros. No mundo, essa proporção é de 21%.
No caso da remuneração dos presidentes das organizações, esse porcentual é de 6%, no Brasil, e 16% no geral. Para a diretoria, 7% publicam a remuneração, contra 15% no mundo.
Em relação à diversidade do gênero, 72% dos participantes brasileiros declararam que o tema foi pouco ou nada importante no recrutamento mais recente de candidatos em seus conselhos de administração. Na amostra global, esse porcentual foi de 49%. No levantamento feito no Brasil, apenas 1% classificou a diversidade de gênero como algo "extremamente importante" , sendo que, no levantamento global, a média foi de 16%.
A pesquisa feita pelo GNDI foi realizada entre os meses de maio e junho deste ano e foi respondida por 2159 conselheiros e profissionais de governança de 17%. O Brasil representou 8% da amostra total, com 164 participantes.
Pouca confiança
Os conselheiros de administração no Brasil estão menos confiantes em relação às expectativas de crescimento do negócio em 2019 em relação a este ano, em comparação com a média global, segundo a pesquisa divulgada no 19º Congresso IBGC, realizado nesta segunda-feira.
A pesquisa mostra que dos entrevistados brasileiros, 2% se declararam “totalmente confiante”, ao passo que a média global foi de 11%. A resposta “muito confiante” foi dada por 16% dos respondentes no Brasil, muito abaixo da média global, de 34%.