Lideranças das empresas precisam estar engajadas na retórica do ESG

Meta da Whirlpool é que os corredores da empresa sejam um retrato da sociedade fora da companhia, disseram diretores durante Summit ESG, realizado pelo 'Estadão'

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Por Andre Jankavski
Atualização:
2 min de leitura

O crescimento do conceito do ESG dentro das companhias já é uma realidade. Mas é necessário tomar todos os cuidados para que o conceito não seja simplesmente da boca para fora. Por isso, grandes empresas têm estimulado e até cobrado a participação de executivos e executivas nesse processo de diversidade e inclusão. 

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“O ESG é um compromisso de pessoas para pessoas e a liderança da empresa precisa estar engajada nessa retórica”, disse Douglas Reis, diretor de ESG da Whirlpool durante o Summit ESG, evento online promovido pelo Estadão. “O nosso comitê de sustentabilidade é composto pela alta liderança da empresa.” 

O tema virou uma espécie de pilar estratégico dentro da companhia. Entre as metas dos executivos estão diversos objetivos com conceitos do ESG. 

Painel online do Summit ESG teve mediação de Rita Lisaukas e participação dosdiretores da Whirlpool Alexandra Oliveira e Douglas Reis. Foto: Reprodução

Um deles é de zerar emissões de gases que causam o efeito estufa até 2030. Mas um trabalho mais de curto prazo que está sendo feito dentro da empresa é o de aumentar a diversidade. 

Atualmente, segundo Alexandra Oliveira, diretora de qualidade e diversidade da Whirlpool, 49% de todo o universo de colaboradores é formado por mulheres. Em cargos de gerência, o porcentual é de 43% para as mulheres. Hoje, 26% das contratações em posições administrativas são de negros.

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“Me perguntam se isso é o suficiente e eu digo que não. Mas estamos fazendo de tudo para acelerar esse processo”, afirma Alexandra, que é negra e LGBTQI+. 

Para diminuir essa defasagem, a Whirlpool mudou a fórmula de contratação. Na empresa, é mandatório que a mesma quantidade de homens e mulheres disputem uma determinada vaga. 

“Iniciar um processo de contratação é como abotoar a camisa: se o primeiro vai errado, vai errado até o final”, afirma ela.

Na atual turma de trainees, já é possível, segundo a executiva, ver uma maior diversidade. Dos trainees contratados, 63% são mulheres, 36% são negros e 20% se consideram LGBTQI+.

Porém, a Whirlpool também quer ampliar a sua participação fora dos corredores da companhia. Desde 2002, a empresa tem o programa Consulado da Mulher, vinculado à marca Consul, que incentiva o empreendedorismo feminino. Nesta ação, que atua em 23 estados do Brasil, mais de 35 mil pessoas foram impactadas diretamente. 

“A inclusão vem na diversidade. Um ambiente de respeito abre portas para todos os tipos de pessoas”, diz a executiva. “Buscamos a representatividade e a nossa meta é olhar para dentro de casa e ter o mesmo retrato que é visto fora da sociedade. 

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