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Novas regras da Susep devem aumentar necessidade de capital entre seguradoras, diz Moody's

Superintendência de Seguros Privados (Susep) publicou em 24 de dezembro critérios para apuração de capital de risco baseado no risco de mercado (CRmerc)

Por Lucas Hirata
Atualização:

A agência de classificação de riscos Moody's afirmou que as novas regras anunciadas no final de dezembro pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) devem levar as seguradoras a levantar capital adicional vindo de acionistas para manter colchões de capital.

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A Susep publicou em 24 de dezembro critérios para apuração do capital de risco baseado no risco de mercado (CRmerc) das sociedades seguradoras, entidades abertas de previdência complementar, sociedades de capitalização e resseguradores locais. Segundo o texto, o risco de mercado consiste na possibilidade de ocorrência de perdas resultantes de flutuações dos mercados financeiros, que causam mudanças na avaliação econômica de ativos e passivos dessas sociedades.

As novas regras para o cálculo do CRmerc não se aplicam às operações do seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres, ou por sua carga, a pessoas transportadas ou não (DPVAT).

A informação foi dada pelo epidemiologista Julio Croda ao Estadão e confirmada por outras três fontes Foto: Fabio Motta/Estadão

Entre as empresas que terão uma vantagem em levantar capital novo em relação a concorrentes menos eficientes estão seguradoras e resseguradoras ou grupos com acesso direto ao mercado de capitais, tais como Porto Seguro e BB Seguridade. Outros incluem aquelas com fortes controladoras nacionais, como Itaú Seguros e Bradesco Vida e Previdência, e internacionais, a exemplo de Chubb do Brasil Companhia de Seguros, ACE Seguradora e Swiss Re Corporate Solutions.

No entanto, as companhias com fraca rentabilidade e menor capacidade de gerar capital internamente ou aquelas com parceiros mais fortes, como Cescebrasil Seguros e Companhia Mutual de Seguros, deverão buscar combinações de negócios entre si.

"Como resultado do regime de solvência brasileira revisto, as seguradoras e resseguradoras locais já começaram a colocar maior ênfase na eficiência de capital e análise de rentabilidade ajustada ao risco de nível de produto no seu planejamento estratégico e na gestão de riscos e governança corporativa", afirmou a agência. Além disso, tendo em vista que encargos de capital de risco baseado no risco de mercado serão proporcionais à extensão de descasamento entre ativos e passivos, as seguradoras são incentivadas a endurecer a disciplina de gestão de ativos e passivos.

 

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