Os recentes
escândalos de corrupção na Petrobrás
poderiam ter sido detectados e até evitados se a estatal tivesse um programa robusto para monitorar riscos e desvios de conduta, afirmam executivos e especialistas em governança corporativa.
Em meio à
, a empresa anunciou a
criação de uma área de governança e compliance
, para mitigar os riscos ligados à corrupção. Para o ex-presidente da Apimec,
, a estatal deveria criar um departamento exclusivo de compliance, para focar no cumprimento à legislação. O leitor Norton Rauter, entretanto, é cético quanto ao sucesso do departamento. Na visão dele, será só "mais um custo para a estatal".
Enquanto arranham a imagem da Petrobrás, os escândalos também trazem à tona o debate sobre a gestão das estatais.
Para o presidente do Conselho de Administração do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon),
, a corrupção decorre de oportunidades e ambientes muito burocratizados ampliam as chances.
Nesse contexto, as empresas estatais são um grupo de alto risco, especialmente quando passam a "desprofissionalizar" seus quadros de alto escalão.
Para o leitor Marcelo Calcagno, como a petroleira tem ações na Bolsa de Nova York, é difícil de entender como os escândalos ocorreram sem que fossem detectados pelos controles exigidos pela legislação dos EUA.
Sócio-fundador da consultoria Crowe Horwath Brasil.
alerta que a falta de controles pode até comprometer a operação de uma empresa.
Na visão do leitor Oseas Siqueira, o caso Petrobrás mostrou que executivos de grandes empresas, a partir dos negócios com a estatal, se transformaram em "larápios".
Líder da área de governança da Deloitte,
acredita, porém, que as leis anticorrupção ao redor do mundo começam a criar uma nova forma de relação entre empresas e setor público.