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Petrobrás tem novos indicados a conselhos de administração e fiscal pelos minoritários

A eleição ocorrerá em Assembleia Geral Ordinária de 26 de abril; Marcelo Gasparino concorrerá ao conselho de administração para representar minoritários

Por Karin Sato
Atualização:

A Petrobrás reapresentou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) documento que havia sido publicado em março sobre a votação de membros dos conselhos administrativo e fiscal, em razão de novas indicações de candidatos por parte de acionistas não controladores. A eleição ocorrerá em Assembleia Geral Ordinária de 26 de abril.

Entre os nomes, Marcelo Gasparino concorrerá ao conselho de administração para representar minoritários. Gasparino foi presidente do conselho de administração da Usiminas em 2015 e 2016 e membro dos conselhos de diversas outras empresas. Na Petrobras, é membro suplente do conselho fiscal.

A eleição ocorrerá em Assembleia Geral Ordinária de 26 de abril Foto: Fabio Motta/Estadão - 11/4/2014

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Para representar os acionistas detentores de ações preferenciais no conselho de administração, foi indicado José Pais Rangel, conselheiro de empresas como Eletrobras, Engie e Cemig. O comunicado cita que, na Eletrobras, Rangel foi o único membro eleito por acionistas minoritários, sendo coordenador do comitê de auditoria, onde atuou "com destaque" em questões relevantes de compliance que afetaram a empresa nos últimos dois anos.

Para as cadeiras no conselho fiscal, foram indicados Reginaldo Ferreira Alexandre como titular pelos minoritários, sendo que ele já é membro do colegiado, e Susana Hanna Stiphan Jabra como suplente pelos minoritários. Pelos preferencialistas, o candidato é Daniel Alves Ferreira, membro do conselho de administração e do comitê de governança corporativa da Cemig, e Rodrigo de Mesquita Pereira como suplente.+ ANP publica edital da 4ª rodada de partilha de produção no pré-sal

Quanto a Reginaldo Ferreira Alexandre, ele deu voto contrário, na reunião realizada para apreciar as demonstrações contáveis da Petrobras de 2017. Conforme noticiou o Estadão/Broadcast nesta quarta-feira, 4, a ata da reunião divulgada na noite anterior informou sobre uma discordância entre os conselheiros no que se refere ao valor recuperável da refinaria Abreu e Lima, ativo que foi o primeiro alvo da Operação Lava Jato no âmbito da estatal. Na ocasião, a investigação da força-tarefa da Lava Jato apontou para um superfaturamento bilionário.

Ferreira Alexandre e Walter Luís Bernardes Albertoni solicitaram o cálculo de impairment (baixa contábil referente ao valor recuperável) do trem 1 da refinaria Abreu e Lima, de forma separada. "Há indicativos significativos de que tais ativos poderão não se realizar economicamente pelos valores pelos quais estão contabilizados", diz a ata.+ Conselheiros da Petrobrás divergem quanto a valor recuperável em refinaria citada na Lava Jato

Marcelo Gasparino. Em 2016, Gasparino teve o seu nome envolvido em uma investigação da CVM, acerca da atuação de um grupo de executivos que teria controle sobre a nomeação de membros de conselho para empresas de capital aberto, exigindo em troca a cobrança de parte dos honorários pelos candidatos selecionados.

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Reportagem do Estadão/Broadcast publicada em abril do ano passado, por sua vez, cita afirmação de Gasparino de que Manuel Jeremias Leite Caldas, autor da denúncia, foi um dos cofundadores do grupo, pensado para "cumprir um papel em um mercado em que o absenteísmo dos acionistas em assembleias é muito grande". "O grupo retrata algo inovador e era normal que tivesse alguma repercussão, vindo de um estranho, que não entendesse o funcionamento do grupo. O que não era esperado era de que isso viesse de quem fez parte de sua criação e que não mediu as consequências de seu ato", disse, na ocasião.

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