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À espera da eleição nos EUA, dólar cai e Bolsa tem leve alta

Moeda fechou em queda de mais de 1%, a R$ 3,17; Bovespa terminou os negócios perto da estabilidade, avançando 0,17%

Por Silvio Campos Neto
Atualização:

A Bovespa encerrou o pregão desta terça-feira, 8, perto da estabilidade à espera do resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos. Principal índice de ações do mercado brasileiro, o Ibovespa terminou o dia em leve alta de 0,17%, aos 64.157,67 pontos. Já o dólar teve um recuo de 1,04% e encerrou a sessão cotado a R$ 3,1733.

O viés positivo nos mercados internacionais se refletiu nos negócios por aqui em meio a novos rumores de favoritismo de Hillary Clinton. A redução do risco Trump tem permitido neste início de semana a retomada do apetite global ao risco. No Brasil, este ambiente sustentou a Bovespa, embora sem fôlego para avanço adicional após a forte valorização da véspera

Mercado doméstico reage com bom humorao favoritismo de Hillary nos EUA Foto: Dario Oliveira|Estadão

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O maior apetite ao risco estendeu os ganhos nas bolsas e os ajustes no mercado cambial, com a recuperação do dólar ante as moedas de reserva de valor (iene, franco suíço e euro), mas perdas ante as divisas de países emergentes e exportadores de commodities. Com uma possível indicação dos resultados já nesta quarta pela manhã, os investidores preferiram se antecipar na montagem de posições, o que também sugere um espaço menor de ganhos adicionais no caso de confirmação da esperada vitória da democrata.

No Brasil, a grave crise das finanças públicas volta ao radar com a situação crítica do Rio de Janeiro, mas por ora o tema não causa impactos nos mercados. Os investidores seguem apostando na aprovação das reformas para estancar a sangria, embora seja preciso cautela diante do quadro complicado. 

Para esta quarta, o foco estará na reação dos mercados aos números iniciais da apuração nos EUA, que já devem fornecer uma direção do resultado. No caso de confirmação de Hillary, o ambiente de alívio tende a persistir, embora com espaço limitado para novos movimentos. Porém, em eventual cenário de virada pró-Trump, um terremoto deve ocorrer nos mercados globais, com forte fuga para a qualidade. 

Mercado de ações. Apesar do comportamento mais cauteloso por parte dos investidores, as ações da Vale começaram a operar em alta no começo da tarde, e mantiveram a tendência até o final do pregão. Na outra ponta, Qualicorp caiu quase 3%, depois de chegar a subir mais de 2% na máxima do dia. Ontem, a companhia apresentou os resultados do terceiro trimestre, e dados sobre desligamento de clientes após reajuste nos planos de saúde.

As maiores altas do Ibovespa ficaram com Vale ON (+3,63%) e Bradespar PN (+3,35%). Vale PNA subiu 1,80%. O minério de ferro com pureza de 62% cotado no porto de Tianjin, na China, subiu 1,5% no mercado à vista hoje e foi a US$ 67,8 a tonelada seca, de acordo com dados do The Steel Index. Em comentário sobre os números da balança comercial chinesa, o Credit Suisse destaca o crescimento de 11% nas importações de minério, e 48% de carvão, nas comparações anuais.

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As ações das siderúrgicas e dos grandes bancos operaram em alta durante boa parte do dia, perdendo força na última hora de pregão, assim como todo o mercado, vista por analistas como uma "ressaca" após a alta do dia anterior. Apesar dessa piora na parte final da sessão, entre as siderúrgicas fecharam em alta CSN ON (+2,33%), Gerdau PN (+1,89%) e Usiminas PNA (+0,71%). Metalúrgica Gerdau PN fechou estável.

Entre os bancos, destaque para Santander Brasil Unit (+1,32%). Também subiram Itaú Unibanco PN (+0,24%) e Bradesco ON (+0,74%). Bradesco PN recuou 0,06% e Banco do Brasil ON caiu 0,18%. Na próxima quinta-feira, Bradesco e BB anunciam seus resultados do terceiro trimestre.

Já as ações da Petrobrás, que subiram cerca de 7% na véspera, passaram boa parte do dia sem firmar uma direção. No final, seguiram a tendência de baixa de toda a Bolsa. Petrobrás PN caiu 0,99%, e ON recuou 1,31%. Segundo os analistas, é normal que aconteça um movimento de venda de papéis para a realização de lucros em alguns momentos, mas de modo geral, a Petrobrás apresenta perspectivas positivas.