Publicidade

A nova geração de carros brasileiros

Por Agencia Estado
Atualização:

As minimontadoras brasileiras Lobini, Troller e Tecnologia Automotiva Catarinense (TAC) disputam a atenção do consumidor no Salão do Automóvel de São Paulo - que abre hoje para o público - com as gigantes do setor. No mercado, elas atuam em nichos específicos e não chegam a incomodar as fabricantes de grande porte. A novata Tecnologia Automotiva Catarinense (TAC) mostra o jipe Starck, que começará a ser vendido no País no segundo semestre de 2007 a preços que variam de R$ 70 mil a R$ 80 mil. A empresa é fruto de uma associação de cinco investidores e vários fabricantes de autopeças, que decidiram criar uma montadora em Santa Catarina. Com investimentos de R$ 15 milhões, a empresa desenvolveu o veículo e construiu uma fábrica em um condomínio industrial de Joinville, onde trabalham 30 funcionários diretos e 60 indiretos. Novo aporte de R$ 6 milhões deverá ser feito nos próximos meses para o início da produção em série. O dinheiro será obtido com a emissão de 200 mil ações, informa o presidente da TAC, Adolfo César dos Santos. O plano é produzir 180 unidades no próximo ano e, em três anos, passar a 1.200. O Starck tem motor 1.8 bicombustível fornecido pela Volkswagen e tração nas quatro rodas. Em 2010 deve ganhar seu primeiro modelo derivado, ainda mantido em segredo. A Lobini, criada em 1999 em Cotia, na Grande São Paulo, foi adquirida no início do ano pela Brax Automóveis, do empresário Antonio Ermírio de Moraes Filho, e aproveita o salão para o reinício das vendas, suspensas desde janeiro para um processo de reestruturação na empresa. Os modelos esportivos fora-de-série têm produção praticamente artesanal, no máximo quatro unidades por mês. Hoje, a empresa tem 50 funcionários. Até o fim do próximo ano, a produção deve pular para 10 unidades mensais, informa Renata Laczynski Goi, da área de marketing da Lobini. As três versões do modelo custam a partir de R$ 168,5 mil e podem ser personalizadas. A Troller Veículos Especiais, que em março lançou a picape Pantanal, seu segundo produto depois do jipe T4, espera para 2007 vendas de 1.200 veículos, ante 900 este ano. Instalada em Horizonte (CE), a Troller tem linha flexível de produção para atender necessidades específicas de clientes como a companhia de energia paranaense Copel e a mineradora Vale do Rio Doce. No salão, a empresa mostra também uma versão especial do T4 para rally. Segundo Helio Ninomiya, gerente de marketing da Troller, a picape Pantanal custa entre R$ 63 mil e R$ 87 mil e consumiu investimentos de R$ 32 milhões em seu desenvolvimento, todo feito no Brasil. China e Índia Além das pequenas montadoras brasileiras, o público também verá empresas de outros países que tentam ganhar espaço entre as gigantes globais. Companhias da China e da Índia, por exemplo, aproveitam o evento para marcar sua entrada no Brasil. A indiana Mahindra mostra suas picapes e utilitários e anunciou parceria com a brasileira Bramont para a produção local, em Manaus (AM), a partir de janeiro. "O mercado brasileiro é muito importante e apostamos no intercâmbio entre Brasil e Índia", diz Sanjeev Mohoni, vice-presidente de operações externas da Mahindra. Os veículos da marca têm preços entre R$ 75 mil e R$ 85 mil, informa José Francisco de Oliveira Neto, diretor-comercial da Bramont, que já monta motos na Zona Franca. É da empresa brasileira o investimento de R$ 30 milhões para a linha de montagem. A companhia indiana entra com tecnologia e componentes. Já a chinesa ChangAn fechou parceria com o grupo Districar, representante no Brasil da coreana SsangYong, para colocar no mercado os furgões e camionetes Chana, a preços que vão de R$ 27,9 mil a R$ 33,9 mil. A idéia é ocupar o espaço deixado pelas coreanas Topic e Towner, que foram grandes vedetes no segmento de pequenas vans nos anos 90 e deixaram de ser importadas. Abdul Majid Ibraimo, português de origem indiana e diretor-executivo da Districar, espera vender até 3 mil unidades em 2007. Na China, o furgão mais barato da marca custa US$ 7 mil (pouco mais de R$ 15 mil). Para chegar aqui, o veículo paga 35% de imposto de importação, além do frete. Ibraimo chegou a fazer pesquisas para ver a necessidade de alterar o nome da marca, mas decidiu mantê-lo. "O que vai atrair o consumidor é o preço e a qualidade do produto", afirma.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.