Publicidade

Ação da Petrobrás supera valor da ‘megacapitalização’

Com resultados financeiros positivos e alta no preço do petróleo, papéis da estatal ultrapassaram as cotações registradas em 2010

Por Karin Sato
Atualização:

Com o petróleo se aproximando dos US$ 80 o barril, o enfraquecimento do real em relação ao dólar, bons resultados do primeiro trimestre e perspectivas positivas quanto à venda de ativos e ao desfecho da negociação em torno da cessão onerosa, as ações ordinárias da Petrobrás já sobem cerca de 25% neste mês, enquanto as preferenciais têm ganhos de 16%. Negociados a R$ 30,91 (ON) e a R$ 26,79 (PN), os dois papéis superaram os preços da polêmica megacapitalização de 2010 – o preço da ação PN havia sido definido em R$ 26,30 e o da ON, em R$ 29,65.+ Petrobrás passa Ambev e se torna empresa com maior valor de mercado da Bolsa

 A Petrobrás usou os recursos obtidos com a capitalização para pagar o governo pela cessão onerosa de 5 bilhões de barris de petróleo do pré-sal, no valor de R$ 74,8 bilhões, e para financiar o plano de investimentos entre 2010-2014, estimado em US$ 224 bilhões. Oito anos depois, a cessão onerosa é novamente centro das atenções dos investidores, que aguardam um acerto entre a estatal e a União. O cenário base do analista do UBS, Luiz Carvalho, é de que a petroleira receba cerca de US$ 12 bilhões e o governo possa realizar o leilão do excedente ainda neste ano.

Estatal espera conseguir fazer ainda este ano leilão que pode render R$ 100 bi Foto: Fabio Motta/Estadão - 11/4/2014

PUBLICIDADE

“Acreditamos que o governo esteja focado em realizar um leilão de volume de excedentes da cessão onerosa até setembro”, diz relatório do UBS.

+ Petrobrás tem lucro de R$ 6,9 bilhões no 1º trimestre, 56% maior do que o ano passado

A aposta é de que a Petrobrás receba em barris de petróleo. No fim de abril, o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, disse que seria possível que o resultado final da negociação não dependesse de projeto de lei, que teria de passar pelo Congresso. Um projeto de lei em tramitação na Câmara permite que a Petrobrás venda parte dessas áreas, mas ainda não foi aprovado. 

Petróleo. Os contratos futuros do Brent e do WTI avançam em torno de 20% neste ano, surpreendendo equipes de análise e gerando revisões de expectativas. Relatório do Santander da semana passada, assinado pelos analistas Christian Audi e Gustavo Allevato, diz que a Petrobrás está “muito bem posicionada” para se beneficiar desse forte movimento de alta nos preços do petróleo.

+ Petrobrás exige que funcionários informem dados de patrimônio e renda

Publicidade

O documento dizia que, considerando o múltiplo EV/Ebitda (valor da empresa sobre o Ebitda), a Petrobrás era negociada com descontos relevantes em relação a petroleiras americanas, de 25%, 35% e de 43%, entre 2018 e 2020. Em parte, essas diferenças de preços se devem à cautela dos investidores quanto aos resultados das eleições presidenciais.

Relatório do Itaú BBA cita que os analistas optaram por revisar as projeções de ganhos da empresa. “Estamos atualizando nossas estimativas sobre a Petrobrás para incorporar os resultados do primeiro trimestre de 2018, bem como uma curva atualizada do petróleo e o novo cenário macroeconômico do Itaú BBA”, diz o documento.

+ Petrobrás ganha R$ 29 bi de valor de mercado em um dia

“Reiteramos nossa recomendação de outperform (desempenho acima da média do mercado) e introduzimos um valor justo para 2018 de R$ 32 para Petrobrás PN (US$ 18 para o ADR PBR/A), ante a expectativa anterior de R$ 26 (US$ 16).”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.