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Ações da Petrobrás têm forte queda após perda de grau de investimento

Mercado reagiu ao rebaixamento da estatal ao grupo de empresas consideradas mau pagadoras pela agência Moody's

Por Claudia Violante
Atualização:

Texto atualizado às 17h18

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As ações da Petrobrás fecharam em forte queda nesta terça-feira, 24, reagindo ao rebaixamento da nota de crédito da estatal pela agência Moody's. Os papéis ordinários da empresa recuaram 4,52% e os preferenciais, 4,87%. No pior momento do dia, chegaram a recuar mais de 8%. Já o Ibovespa fechou em leve baixa de 0,12%, para o nível dos 51.811 pontos. O dólar, por sua vez, fechou em alta de 1,24%, cotado a R$ 2,869.

Por causa da crise pela qual atravessa a Petrobrás, ela não mais é considerada pela agência Moody's como boa pagadora de seus débitos. Isso complica ainda mais a situação da companhia, que é a petroleira mais endividada do mundo. Sem o grau de investimento, o acesso a novos financiamentos fica mais difícil e a empresa pode ter de pagar juros maiores que os que conseguia até agora. Seu grau agora é considerado especulativo.

Em entrevista ao Broadcast, a analista sênior da Moody's, Nymia Almeida, argumentou que cortar investimentos é insuficiente para preservar o caixa da Petrobras, porque pode afetar sua receita futura. A diferença de preços de importação e venda de combustíveis no mercado local, hoje favorável à estatal, também não adiantará para recompor caixa porque a Moody's não trabalha com a duração na baixa das cotações do petróleo.

A analista reconheceu que a venda de ativos ou a abertura de capital de subsidiárias poderia ser uma saída para gerar caixa. E, durante a tarde, uma reportagem neste sentido deu fôlego aos papéis e, por consequência, ao Ibovespa. Informação da agência Reuters de que o JPMorgan teria sido contratado para realizar a venda de US$ 3 bilhões em ativos da estatal ajudou os papéis a saírem das mínimas e terminarem com perdas menores.

Banco do Brasil também não escapou da leitura ruim que o mercado fez do rebaixamento da nota da estatal e terminou com perda de 2,11%, apesar de Eletrobras não ter seguido o mesmo caminho (ON +1,18%; PNB +1,23%).
Por incrível que pareça, outra notícia positiva extraída do noticiário negativo da Petrobrás é que o recado da Moody's criou um sentido de urgência em relação às metas fiscais no governo. Isso pode favorecer o ajuste, apesar de a presidente Dilma Rousseff ter minimizado o anúncio da Moody's. Para ela, a agência tem "falta de conhecimento do que está acontecendo no Petrobras".
A alta do dólar por causa da aversão ao risco criada pela Petrobras acabou ajudando papéis de empresas exportadoras. Fibria ON subiu 1,81%, Suzano PNA, +1,74%, e Embraer ON, +0,43%. 

Nos Estados Unidos, as ADRs da Petrobrás, que são recibos que representam as ações da companhia fora do País, fecharam em queda de quase 7%.

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