29 de março de 2010 | 11h19
As ações ordinárias da Açúcar Guarani avançavam 1,86% há instantes reagindo à notícia de que a empresa, subsidiária do Grupo Tereos, passará para a Tereos Internacional, nova companhia a ser criada a partir da combinação dos ativos no Brasil com os de cereal da empresa francesa na Europa e os de cana-de-açúcar do Oceano Índico. No mesmo momento o principal índice da bolsa paulista avançava 0,86%.
A Tereos Internacional será sediada em São Paulo e deverá ser listada no Novo Mercado da BM&FBovespa e na NYSE Euronext em Paris. O Grupo Tereos, que tem participação de cerca de 69% das ações da Guarani, pretende permanecer como acionista majoritário da Tereos Internacional, conforme comunicado divulgado nesta manhã. No pregão da bolsa, os papéis das concorrentes apresentam reação discreta ao anúncio: Cosan ON recuava 0,27% e São Martinho ON subia 0,42%.
O foco da companhia da Tereos será produção de açúcar, produtos à base de amido e álcool para o setor de alimentos, além de bioenergia. O patrimônio líquido da Guarani foi avaliado em 686 milhões de euros, ou R$ 5,83 por ação na cotação de fechamento em 9 de março. Já o patrimônio líquido da Tereos EU está avaliado em 1,021 bilhão de euros, dos quais 393 milhões de euros relativos aos cerealistas.
A relação de troca para a incorporação será definida por um comitê independente, a ser aprovado pelos acionistas da Guarani até o final de abril e composto por três especialistas, que avaliará se o precedente da Tereos EU deverá ser considerado na operação. Em seguida, a Assembleia Geral Extraordinária votará a incorporação das ações da Guarani pela Tereos Internacional, que se tornará a única companhia do grupo listada na BM&FBovespa.
No fim de maio está prevista a publicação da recomendação do comitê independente e a convocação da segunda AGE da Guarani, para então no final de junho aprovar a incorporação, que está sujeita a autorizações, incluindo o parecer do conselho de trabalhadores europeus, além de aprovações dos conselhos e acionistas.
A Tereos Internacional terá receita anual pro forma de US$ 2,51 bilhões e Ebitda de US$ 366 milhões, com base no exercício encerrado em 30 de setembro de 2009. O índice dívida líquida/Ebitda pro forma é de 3,24 vezes, em IFRS, contra 4 vezes da Guarani, calculado em BR Gaap com base em 30 de setembro de 2009.
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