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Agência melhora classificação do País para investimento

Por Agencia Estado
Atualização:

A agência americana de classificação de risco Standard & Poor's elevou ontem a classificação do risco soberano de longo prazo, em moeda estrangeira, do Brasil, de BB- para BB. Com isso, ficam faltando dois degraus para o País atingir a classificação de "grau de investimento", considerado seguro para investir. O risco soberano de longo prazo em moeda local também foi elevado, de BB para BB+. O risco para investimento no curto prazo em moeda local e estrangeira ficou estável, no nível "B". A perspectiva para o País , segundo a agência, é "estável". A melhora da classificação tem relação direta com a política de recompra de títulos da dívida externa anunciada pelo Tesouro nas últimas semanas. A analista de crédito da S&P, Lisa Schineller, elogiou a forma como o governo brasileiro vem administrando a dívida externa, aproveitando as condições favoráveis do balanço de pagamentos e o acúmulo de reservas internacionais para quitar dívidas externas oficiais e comerciais. Na sua avaliação, essa recompra dos papéis da dívida aconteceu "em ritmo mais forte do que esperado", contribuindo para "reduzir o impacto de amortizações externas nos próximos anos". Com essas medidas, a S&P projeta a dívida líquida do setor público não financeiro em 25% das receitas em conta corrente (CAR) em 2006 e 2007, comparada com 34% em 2005 e mais de 60% em 2004. "A elevação dos ratings reflete uma melhora continuada e significativa nos indicadores externos do Brasil, assim como a perspectiva de uma consistente redução na vulnerabilidade da dívida pública, principalmente no que diz respeito às oscilações na taxa de juros", disse Lisa. Já a perspectiva "estável" das classificações, completa, "reflete os desafios enfrentados pelo Brasil para consolidar as conquistas atingidas no âmbito fiscal e externo". Na avaliação da analista, os fundamentos da economia brasileira estão mais fortes hoje do que em anos eleitorais anteriores, e a política econômica, mais previsível. "Apesar de 2006 ser um ano eleitoral, a Standard & Poor's espera que o governo seja capaz de reduzir ainda mais a parcela de dívida em moeda local com taxa flutuante", disse ela. A analista afirmou ainda que as altas taxas de juros complicam a "dinâmica fiscal" e "limitam as perspectivas de crescimento e de investimento". "A continuidade de políticas fiscais prudentes ao longo de mais um ciclo eleitoral, e/ou políticas que reduzam o nível e a rigidez dos gastos públicos, poderiam gerar um grau de confiança maior na sustentabilidade do ajuste fiscal brasileiro, e provavelmente possibilitar uma maior redução da taxa de juros real", afirmou.

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