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Alumínio transforma cidade no interior de SP

Por Agencia Estado
Atualização:

A prefeitura de Alumínio, cidade de 16 mil habitantes, a 80 quilômetros de São Paulo, vai investir este ano R$ 10 milhões em obras. O valor equivale a todo o orçamento anual de grande parte das cidades do mesmo porte da região de Sorocaba. Estão incluídas uma avenida de interligação dos vários bairros - uma difícil obra de engenharia, levando em conta a topografia acidentada -, uma creche, pista de skate, o prédio da biblioteca e a Escola Municipal de Música. Os cofres municipais já bancam o estudo de 332 músicos e bailarinas. Ainda este ano, eles terão à disposição um conservatório de 1.044 metros quadrados de área. Não se trata de uma cidade rica: a maioria da população é operária. Mais de 80% dos recursos públicos provêm da maior empregadora local, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), do grupo Votorantim. O bom momento do metal, valorizado no mercado internacional, tem levado a empresa a investir no aumento da produção. "A gente sente os efeitos nas ruas", conta o diretor de Obras e Serviços Urbanos, Éder Cunha Neto. "Tem muita casa em construção ou reforma. Surgem lojas, academias, locais de lazer e diversão." Com a CBA, o País terá a partir de 8 de fevereiro de 2007, a maior fábrica integrada de alumínio do mundo, com capacidade de produção de 470 mil toneladas anuais - 60% para exportação. "Depois vamos para 600 mil toneladas ainda na cidade de Alumínio", disse Nelson Teixeira, diretor da CBA. Os investimentos nessa ampliação ultrapassam US$ 500 milhões. A contabilidade da cidade de Alumínio nunca esteve tão alta. O orçamento dobrou em seis anos e deve fechar 2006 em R$ 43 milhões. Desse total, R$ 3,5 milhões são do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O IPTU rende só R$ 300 mil. "O resto é CBA", diz Cunha Neto, lembrando que toda a receita de Imposto Sobre Serviços (ISS) advém das empreiteiras que trabalham para a fábrica. "Eles têm cerca de 6 mil empregados diretos, mas ocupam outras 3 mil pessoas através das prestadoras de serviços." Se a empresa entra em crise, a cidade pára, diz o chefe de gabinete da prefeitura, Valdir Carlos Tiseo. "Para nós, o alumínio é tão valioso quanto o ouro." Passados 12 anos da emancipação de Mairinque, o perfil urbano de Alumínio se alterou, com prédios novos e modernos, como os da Câmara Municipal e o da Escola Senai - construído pela CBA. A empresa também doou o terreno de 3,8 mil m2 para o novo Paço municipal e a área onde está em construção uma pista de skate. "Ela é dona de 80% das terras do município", diz Tiseo. A cidade passou a atrair pessoas da região, gente que chega atrás de oportunidades de negócios, alunos do Senai ou da escola de música. A prefeitura vai recapear 60 mil m2 de ruas e reurbanizar a praça e a avenida principal. A dona de casa Renata da Silva Nunes não troca Alumínio por "nenhuma outra cidade". Ela e o marido, Cláudio, são alunos da escola de música. Ele, soldador da CBA, toca piano, ela, teclado. A filha, Kelly Maria, de 5 anos, faz balé e o filho, Gustavo, de 12, freqüenta a escola de futebol de salão. "É tudo de graça", diz Renata.

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