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Americana IP negocia fábrica e florestas de US$ 1,2 bi no Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

Os maiores fabricantes de papel e celulose do mundo fecharam ontem negócios decisivos para seu futuro no Brasil. Oficialmente, a Stora Enso, número três do ranking mundial, comprou a fábrica de papel Inpacel, no Paraná, da norte-americana International Paper (IP), por US$ 415 milhões. A IP é a maior produtora mundial de papel e celulose. Fora da agenda oficial, a IP negociou sua área de florestas em Mato Grosso do Sul para a VCP, do Grupo Votorantim, em uma operação que pode chegar a US$ 700 milhões. As empresas também definiram investimentos de mais de US$ 2,5 bilhões no País. O presidente mundial da IP, John Faraci, veio ao Brasil oficialmente para visitar as empresas do grupo. Mas, segundo o jornal O Estado de S.Paulo apurou, Faraci e o presidente da IP no Brasil, Maximo Pacheco, almoçaram ontem na sede da Votorantim Participações, a holding do grupo, no bairro Itaim Bibi, em São Paulo. Pelo Grupo Votorantim, estavam presentes José Roberto Ermírio de Moraes e José Neto, membros da família que controla a empresa, e o executivo Raul Calfat . Investimentos Pelo acordo, a Votorantim pagará US$ 600 milhões à IP por uma área de 100 mil hectares plantados com eucaliptos em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul. Ali, a Votorantim investirá cerca de US$ 2 bilhões para construir uma fábrica para produzir 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano. O acordo prevê ainda que a Votorantim forneça celulose com preços subsidiados para a IP fabricar papel na região. O subsídio deve chegar a mais de US$ 100 milhões. A IP vai montar uma fábrica de papel num terreno também em Três Lagoas, em um investimento estimado em cerca de US$ 600 milhões. O Grupo Votorantim não comentou o encontro nem o negócio. "Só podemos dizer que as negociações avançaram", disse a assessoria do Votorantim. Pacheco, da IP, negou que as duas empresas tivessem batido martelo. "Não comentamos rumores", disse o executivo. Venda Ontem, a empresa anunciou oficialmente outro negócio no Brasil, a venda da Inpacel, na cidade de Arapoti, no Paraná, para a sueco-finlandesa Stora Enso Oyj. A IP está passando por uma reestruturação internacional, vendendo negócios fora de sua principal área de atuação e concentrando-se na produção de papel de imprimir e de escrever, além de embalagens. A Stora Enso pagou US$ 415 milhões pela Inpacel, unidade produtora de papel cuchê de baixa gramatura (utilizado em revistas e encartes promocionais), uma área de 50 mil hectares e uma serraria. O negócio foi fechado com a intermediação do Banco Credit Suisse, pela parte da IP, e Citibank, pela Stora Enso. Para a Stora Enso, a compra da Inpacel marca sua entrada na produção de papel no Brasil. Além da Inpacel, a companhia é dona de metade da Veracel, fábrica de celulose em parceria com a Aracruz, na região sul da Bahia. A empresa também iniciou a compra de terras no Rio Grande do Sul e Uruguai. Já adquiriu 30 mil hectares, um quarto do que pretende. "O plano é ter unidades de produção de celulose nestas áreas", disse Nils Grafström, presidente da Stora Enso na América Latina. A Inpacel, comprada pela IP em 1998, produz 205 mil toneladas anuais de papel revestido, quantidade suficiente para atender à demanda interna, se 30% da produção não fosse exportada para países como Argentina e Chile. A Stora Enso não pretende fazer investimentos em expansão na Inpacel. A aposta da companhia é no aumento da produção de celulose no Brasil. "A produção de celulose vai migrar do norte da Europa, Estados Unidos e Canadá para os países emergentes, como o Brasil", afirmou Grafström. Segundo o presidente da Stora Enso, o custo de produção no Brasil é 50% menor do que nos países do norte da Europa.

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