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Aplicações a juros continuarão a proporcionar alto juro real

O administrador de investimentos analisa o mercado financeiro para 2007. Aplicações a juros, apesar das reduções, continuarão a proporcionar alto juro real. Bolsas mundiais, após quatro anos seguidos de alta, podem estar próximas a reversões, segundo ele. "A princípio, deveremos continuar a ter mercados bem voláteis em 2007 devido, principalmente, às variáveis externas", diz Colombo.

Por Agencia Estado
Atualização:

Balanço dezembro de 2006 1º - A Bolsa de Valores de São Paulo, alta forte de 6,06%. 2º - Os fundos de renda fixa puros devem fechar o mês com rendimento bruto na faixa de 0,80 a 1,15%, acima dos Fundos DI, dependendo também da taxa de administração do fundo. 3º - Os fundos DI devem fechar o mês com rendimento bruto na faixa de 0,75 a 1,05%, também dependendo da taxa de administração do fundo. 4º - Os títulos indexados ao IGP-M (NTN-C, Notas do Tesouro Nacional, Série C), com o IGP-M de dezembro apresentando inflação de 0,32%, devem fechar o mês com resultados pouco abaixo dos fundos de renda fixa e DI, com rendimento bruto na faixa de 0,65 a 1,00%, dependendo do prazo do papel. 5º - O dólar, queda de 1,29%. 6º - O euro, queda de 2,01%. 7º - O ouro, baixa expressiva de 3,87%. Balanço de 2006 1º- A Bolsa brasileira teve excelente desempenho no ano, novamente seguindo a maioria das bolsas mundiais, valorizando 32,93%. 2º- Os fundos de renda fixa puros, média da indústria, devem fechar com rendimento bruto na faixa de 15,4% e líquido de 11,9% a 13,1%, dependendo da tributação, proporcionando excelente juro real. 3º- Os fundos DI, média da indústria, devem fechar com rendimento bruto na faixa de 15,0% e líquido de 11,6% a 12,8%, dependendo da tributação, resultado um pouco abaixo dos fundos de renda fixa. 4º- Os títulos indexados ao IGP-M (NTN-C) devem fechar, ano civil, com rendimento bruto na faixa de 13,6% e líquido de 10,5% a 11,6%, dependendo do título, prazo e da tributação. 5º- Os títulos indexados ao IPCA (NTN-B, Notas do Tesouro Nacional - Série B) devem fechar, ano civil, com rendimento bruto na faixa de 13,0% e líquido de 10,1% a 11,1%, dependendo do título, prazo e da tributação. 6º- O ouro registrou forte valorização de 12,69%. 7º- O euro, valorização de cerca de 1,95%. 8º- O dólar, importante desvalorização em torno de 8,13%. A inflação deve fechar o ano ao redor de 3,1% (IPCA) e 3,8% (IGP-M). Os fatos que mais influenciaram, ao longo do ano, foram: Positivos: 1 - Forte crescimento da economia chinesa e países emergentes, mantendo o preço das principais commodities em níveis elevados; 2- ciclo de aumento dos juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano) para controlar a inflação e moderar o crescimento econômico parece ter se encerrado; 3 - Perspectiva, ainda não confirmada, de uma desaceleração suave da economia americana, com queda da inflação para 2% a 2,5% ao ano, com médio impacto na economia mundial; 4 - Preço do petróleo estabilizado na faixa dos US$ 60 por barril; 5 - Inflação brasileira abaixo da meta de inflação; 6 - Superávit comercial brasileiro mantido em cerca de US$ 45 bilhões, apesar da valorização do real; 7- Valorização do real, o que ajudou no controle da inflação; 8- Reeleição tranqüila do presidente Lula. Negativos 1 - Aumento dos juros pelo Fed para controlar a inflação e moderar o crescimento econômico; 2 - Desaceleração da economia americana, com suas conseqüências para a economia mundial; 3 - Conflito no Oriente Médio e crises relativas aos projetos nucleares da Coréia do Norte e Irã; 4 - Apesar da redução gradual dos juros domésticos, política monetária ainda muito restritiva, devido ao receio da volta da inflação; 5 - Crescimento econômico domestico muito pequeno, bem abaixo do esperado e também abaixo da maioria dos países emergentes; 6 - Vários escândalos ao longo do ano, com a troca de colaboradores importantes do presidente Lula, afetando a credibilidade do presidente, do PT e dos vários partidos políticos; Os profissionais de mercado (Pesquisa Focus do final de 2005) continuaram falhando em algumas de suas previsões: Previam o dólar a R$ 2,42 (real R$ 2,146) no final de 2005, saldo da balança comercial em US$ 36,6 bilhões (real US$ 44,9 bilhões) e crescimento do PIB de 3,45% (real 2,76%). Esses erros vêm comprovar, mais uma vez, a dificuldade em se prever os mercados. Perspectivas de 2007 Os fatores que serão fundamentais, em nossa visão, para o desempenho dos mercados 2007, serão: Internos: 1 - No novo mandato do presidente Lula, a manutenção ou não da política econômica atual de responsabilidade fiscal e controle da inflação; 2 - Velocidade de redução dos juros implementada pelo Banco Central, com manutenção dos patamares atuais da inflação; 3 - Redução dos gastos correntes do governo e conseqüente redução da carga tributária; 4 - Recuperação de um maior crescimento econômico; 5 - Saldo da balança comercial; Externos 1 - A continuidade do crescimento da economia chinesa; 2 - Confirmação ou não da desaceleração suave da economia americana, com suas conseqüências para a economia mundial; 3 - Possível queda das bolsas mundiais, em razão da desaceleração da economia mundial e após 4 anos de fortes altas consecutivas; 4 - Preço das principais commodities; 5 - A política de juros do Fed para controlar a inflação e moderar o crescimento econômico americano; 6 - Política de aumento de juros do Banco Central Europeu e Banco Central do Japão; 7 - Comportamento do dólar frente às outras moedas; 8 - Comportamento do preço do petróleo; 9 - Eventuais crises políticas envolvendo o Oriente Médio, a Coréia do Norte e o Irã. A princípio, deveremos continuar a ter mercados bem voláteis em 2007 devido, principalmente, às variáveis externas. As aplicações a juros, apesar das reduções de juros que deverão ocorrer, continuarão a proporcionar alto juro real com baixo risco. Se os fatos continuarem a se desenvolver positivamente, o desempenho das ações ainda deverão ter bom desempenho, apesar de uma realização de lucros não esta descartada, pois estamos completando quatro anos de alta consecutiva da maioria das bolsas mundiais. Em caso contrário, seriam favorecidos os investimentos em dólar, euro, ouro e as aplicações indexadas à inflação. Os fundos DI ainda continuarão muito atrativos, devendo proporcionar juro real bruto entre 7 a 9% ao ano, dependendo do conservadorismo da política econômica do governo. Os fundos de renda fixa puros deverão apresentar resultados muito parecidos com os fundos DI. O espaço para possível ganho em relação aos fundos DI é pequeno, devido à previsão do mercado dos juros futuros já indicar os cortes que deverão ocorrer na taxa Selic atual. Somente se a política de juros do Banco Central for mais agressiva do que o mercado projeta, os títulos prefixados possibilitarão um ganho adicional. Os títulos indexados ao IPCA ou IGP-M continuam sendo opções interessantes de longo prazo, como diversificação de portfólio, pois esses títulos estão rendendo na faixa de 7% a 8% ao ano, mais variação do IPCA ou IGP-M. Em 2007 deverão apresentar rendimento similar aos fundos de renda fixa. Os fundos cambiais (dólar e euro) podem ser opções interessantes como diversificação de portfólio, devido à sua muito baixa cotação; pois após quatro anos de queda do dólar, começa a ficar difícil que nenhuma reação das cotações ocorra. Embora as perspectivas, caso tudo ocorra dentro do esperado sem que haja nenhuma crise, ainda sejam de cotações depreciadas para o dólar em 2007, não me surpreenderia que a moeda possa alcançar rendimento superior à Selic de 2007, devido à sua tão baixa cotação. O ouro, em linha com o dólar e o euro, também será opção conservadora atraente para diversificação, devido ao baixo valor do dólar no mercado doméstico. Com a queda das cotações do dólar frente ao euro e outras moedas, tem se tornado uma alternativa para investidores internacionais. Em razão deste fato, em 2006 apresentou desempenho bem superior a essas moedas, com alta no mercado internacional de cerca de 21,7% (até 27/12). A bolsa brasileira teve desempenho excelente em 2006. Após quatro anos de altas consecutivas (97,3% em 2003, 17,8% em 2004, 27,7% em 2005 e 32,9% em 2006), seu potencial de alta começa a diminuir. Consideramos 34.300 pontos seu valor justo atual, ou seja, em termos históricos (1968 até 2006) o valor que não apresenta ágio ou deságio no preço médio das ações. Como o mercado acionário vive de momentos de pessimismo e otimismo, acreditamos na possibilidade de que ao final de 2007 o Ibovespa possa estar estável nos 43.000 pontos, podendo ficar entre 52.000 pontos (otimismo moderado) e 35.000 (pessimismo moderado). Sempre lembrando a alta volatilidade desse mercado, fato que dificulta muito o acerto das previsões. As bolsas mundiais continuaram a apresentar em 2006 excelentes retornos, na faixa de 10% a 50% em dólares, com a média dos países se situando em 30 / 35%. Após 4 anos de altas, as perspectivas de continuidade de alta para 2007 começam a diminuir. As opções com maior potencial de retorno são as bolsas do Japão, Áustria, França e Reino Unido (países desenvolvidos) e Malásia, Chile, Cingapura e Hong Kong (países emergentes). Os imóveis comerciais mantêm-se a preços históricos baixos, embora continuem a apresentar boa recuperação de preços com a melhoria nas perspectivas do crescimento econômico e em razão de pacote recentemente lançado pelo governo para o setor. Com a queda dos juros reais, os aluguéis comerciais começam a se tornar mais competitivos. Boa opção para diversificação de portfólio de investidores com perfil conservador e moderado. A inflação deve fechar 2007 na faixa de 3% a 6% ao ano.

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