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Banco do Japão amplia linha de crédito, mas não elimina alta do iene

BOJ aprovou linha de mais 10 trilhões de ienes (US$ 118 bi) em empréstimos de seis meses para instituições financeiras, além dos 20 trilhões de ienes em empréstimos de três meses já apresentados anteriormente

Por Hélio Barboza e da Agência Estado
Atualização:

O Banco do Japão (BOJ, banco central) não conseguiu provocar queda definitiva do iene com uma flexibilização de emergência da política monetária nesta segunda-feira, o que aumenta a pressão sobre a direção da instituição para fazer mais atuações nos próximos dias a fim de interromper a alta da moeda e fortalecer a combalida economia. Por 8 votos a 1, o comitê de política monetária do BOJ aprovou o oferecimento de mais 10 trilhões de ienes (US$ 117,98 bilhões) em empréstimos de seis meses para as instituições financeiras, além dos 20 trilhões de ienes em empréstimos de três meses que já haviam sido oferecidos anteriormente.

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O governo, que ameaçou intervir no câmbio com a venda de ienes, estava prestes a anunciar medidas de estímulo econômico, enquanto os políticos podem aumentar a pressão sobre o BOJ para afrouxar mais a política monetária na reunião do comitê marcada para a próxima semana.

"O banco acredita que a medida de flexibilização monetária, juntamente com os esforços do governo, serão efetivos em dar novas garantias à recuperação econômica do Japão", disse o BOJ. Mas o iene subiu diante da decisão, que ficou em linha com o que já era esperado. A moeda agora ameaça retomar sua subida para máximas de 15 anos.

O dólar chegou a cair para 84,90 ienes, dos cerca de 85,90 ienes em que estava antes do anúncio do BOJ, e depois avançou para 85,13 ienes às 4h55 (de Brasília). A moeda norte-americana havia recuado para 83,58 ienes na última terça-feira. Às 9h (de Brasília), o dólar caía para 84,56 ienes, de 85,35 ienes no fim do dia em Nova York na sexta-feira.

As autoridades temem que a apreciação do iene possa prejudicar a frágil recuperação econômica do Japão, tão dependente de exportações. O impacto econômico da decisão desta segunda-feira, que veio horas antes de uma reunião entre o presidente do BOJ, Masaaki Shirakawa, e o primeiro-ministro, Naoto Kan, será "perto de zero", disse o economista Richard Jerram, do Macquarie Bank. "É em grande parte uma charada", afirmou.

Kan

saudou a expansão da linha de crédito de emergência do BOJ e Shirakawa disse que o primeiro-ministro não lhe fez nenhum pedido específico. À tarde, os ministros da área econômica se reuniram e anunciaram um novo pacote de medidas de estímulo. As informações são da Dow Jones.

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