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Banco do Povo da China sugere que livre flutuação do yuan pode ser meta final

Grande tamanho do país e seu desenvolvimento desigual complicam a questão da conversibilidade do câmbio, segundo a instituição financeira

Por Danielle Chaves e da Agência Estado
Atualização:

A meta final da China é agir na direção de uma moeda totalmente conversível e na prática internacional as moedas conversíveis são geralmente de livre flutuação, afirmou Yi Gang, um dos vice-presidentes do Banco do Povo da China (PBOC, o banco central do país), em uma entrevista publicada no site do órgão regulador de câmbio externo do país.

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Os comentários de Yi sugerem que uma moeda livremente flutuante pode ser o resultado final da política cambial da China, embora tal objetivo ainda esteja a uma grande distância. O grande tamanho da China e seu desenvolvimento desigual complicam a questão da conversibilidade do câmbio e torna "difícil atingir um consenso" sobre a questão, disse a autoridade.

Yi, que também dirige o órgão regulador de câmbio externo da China, afirmou que o país não tem um cronograma para tornar a moeda totalmente conversível e observou que a meta foi endossada pela liderança do país já em 1993.

A autoridade também afirmou que as reservas em moedas estrangeiras deveriam ser diversificadas em diferentes divisas e diferentes classes de ativos. "Uma vez que decidimos investir em uma moeda, em seguida devemos decidir se usamos a moeda para comprar bônus ou alguns outros ativos", disse Yi. "O princípio da diversificação que nós seguimos é, de fato, um princípio de alocação de ativos."

O yuan é conversível na conta corrente, o que significa que ele é livremente intercambiável no comércio de bens e outras transações de curto prazo. Mas o yuan não é totalmente conversível na conta de capital, o que significa que o governo controla seu câmbio com outras moedas para propósitos de investimentos, empréstimos e outras transações de longo prazo.

Citando informações do Fundo Monetário Internacional (FMI), Yi afirmou que os países geralmente demoram entre 7 e 10 anos para abrir sua conta de capital depois de abrir a conta corrente. No entanto, a China está demorando bem mais, já que a conta corrente está aberta desde 1996.

Na entrevista, Yi também se juntou à colega vice-presidente do PBOC Hu Xiaolian no debate sobre a valorização do yuan, argumentando que isso vai gerar benefícios reais para os cidadãos chineses. Hu tem feito uma campanha para explicar e promover os benefícios de uma taxa de câmbio do yuan mais flexível. Hoje, em seu quinto depoimento público sobre o assunto em apenas duas semanas, Hu argumentou contra se concentrar muito nos custos de um yuan mais alto para algumas empresas.

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Os comentários das autoridades, porém, não tiveram forte impacto no mercado de câmbio chinês. "Enquanto a taxa de paridade central permanecer estável, não faz diferença o que o PBOC diz", afirmou um operador de um banco de Xangai. As informações são da Dow Jones.

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