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Banco vê reajuste de 5% da gasolina após eleições

Por Gabriela Lara
Atualização:

O sócio e diretor de Relações Institucionais do Banco Brasil Plural, Mário Mesquita, afirmou nesta segunda-feira, 11, que um reajuste de cerca de 5% nos preços da gasolina deve ocorrer até o fim do ano, muito provavelmente depois das eleições. Segundo ele, o governo até poderia se decidir pela concessão do aumento antes do processo eleitoral, mas isso não seria suficiente para acalmar os mercados. "A questão toda é a mecânica, a forma como esses reajustes acontecem. O que preocupa os investidores não é só a defasagem em si, mas o fato de que não existe uma regra clara e transparente sobre como o preço da gasolina é definido no Brasil", disse em entrevista ao Broadcast, antes de participar do 3º Colóquio do Fórum da Liberdade, promovido pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE)."Só antecipar, digamos, um aumento de 5% este ano, não vai eliminar as perdas que a Petrobras tem no comércio de gasolina e derivados. Então (o reajuste) não resolve o problema se não vier acompanhado de regras mais claras", explicou Mesquita, que foi diretor de Estudos Especiais do Banco Central entre os anos 2006 e 2007 e depois, por três anos, diretor de Política Econômica da instituição por outros três anos. Essa incerteza causada pelo represamento de preços, de acordo com o economista, tende a ser dirimida, mas somente no ano que vem, e virá acompanhada de outros reajustes, da própria gasolina e também de energia elétrica e tarifas de transporte urbano. "Esta agenda de aumentos vai pressionar a inflação, que deve acelerar de forma importante nos primeiros meses de 2015", revelou.Para Mesquita, a inflação de 2015 ficará em torno de 6,7%, acima do teto da meta estipulada pelo governo, e mais alta do que a deste ano, que ele estima em 6,3%.Equipe econômicaO economista acredita que é natural haver um certo nervosismo dos mercados associado ao processo eleitoral. "Ainda mais neste caso, em que parece que existe de fato a perspectiva de alternância de poder", falou. Segundo ele, tomar medidas que agradem o mercado, como aumentar a previsibilidade, reduzir ações discricionárias e trabalhar para baixar a inflação, está ao alcance de qualquer partido político. "É só escolher uma equipe econômica que tenha esta visão e implemente isso", disse. De acordo com Mesquita, a questão de formação de equipe será fundamental para sinalizar com clareza, para a sociedade e para os investidores, de que forma será conduzida a política econômica. "Alguns candidatos já sinalizaram quem será a equipe, outros ainda não fizeram", afirmou. "Sem novidades a gente assume a continuidade das pessoas que estão lá."

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