PUBLICIDADE

Publicidade

BlackRock vê Ibovespa Entre 80 mil e 85 mil pontos em 12 meses

Na carteira do gestor para a América Latina, o Brasil responde por volta de 72% do volume investido, acima do benchmark, uma vez que o País representa quase 68% no MSCI Latin America

Por Nalu Fernandes , Rosangela Dolis e da Agência Estado
Atualização:

O Ibovespa deve ser negociado entre 80 mil e 85 mil pontos em 12 meses, na avaliação de William Landers, que administra na gestora de ativos BlackRock cerca de US$ 8 bilhões em ativos em fundos dedicados à América Latina. Entre os fatores que dão suporte a esta análise, o gestor cita a perspectiva relacionada aos resultados das empresas brasileiras neste ano e ao ritmo do crescimento do País.

PUBLICIDADE

Em entrevista ao AE Broadcast Ao Vivo, Landers estimou que os resultados corporativos no País devem crescer a um ritmo de 40% neste ano, ficando entre os mais elevados na América Latina. Para 2011, os resultados das empresas devem crescer a uma taxa de 20%. Para comparação, o executivo cita que os resultados das corporações devem crescer 20% no México neste ano.

Landers acrescenta que a Bolsa brasileira tem os múltiplos entre os mais baixos do mundo. Ele cita que a relação preço/lucro está hoje por volta de 11 vezes para 2010 e fica próxima de 9 vezes para 2011. "Isso é bem atrativo comparado com múltiplos da América Latina como um todo, que estão entre 12 e 10 vezes". Quando o Brasil é excluído desta conta, aponta o gestor, os múltiplos na região chegam perto de 14 vezes para 2010 e ficam acima de 11 vezes para o próximo ano. Ele compara que o México tem múltiplos mais altos que os do Brasil e a economia mexicana cresce em um ritmo que é quase a metade da taxa da brasileira. "Pagar menor por um crescimento maior é sempre interessante para quem quer investir em renda variável", acrescenta.

Na carteira do gestor para a América Latina, o Brasil responde por volta de 72% do volume investido, acima do benchmark, uma vez que o País representa quase 68% no MSCI Latin America. "O Brasil oferece o maior potencial de retorno para os próximos seis a 12 meses dentro da América Latina. É uma história muito mais ligada à economia doméstica do que ao crescimento global", pondera. "Tudo isso, e o fato de que o Brasil em termos de múltiplos continua a ser o país mais barato da América Latina, nos deixa com esta posição acima do benchmark para o mercado brasileiro", continua. Ainda na região, o Peru, pela primeira vez em muito tempo, tem posição também acima do benchmark, diz Landers.

Entre os setores na Bolsa brasileira, em termos absolutos, Petrobrás, Vale e Itaú são as três maiores posições na carteira do gestor. "Quando olhamos para setores como um todo em comparação ao índice, os setores com maior exposição são bancos e construção civil", avalia, citando que estes são setores muito atrativos.

Sobre o desempenho do Ibovespa, Landers cita que o caso Petrobrás é um dos pontos principais para que a Bolsa possa sair dos patamares negociados nas últimas semanas. Ele cita que a Petrobrás é um fator que tem atuado para deter um pouco a performance do Ibovespa. "Varejo e bancos estão negociando a níveis bem mais altos. A Petrobrás é uma das razões pelas quais o Ibovespa tem tido performance abaixo da de outros mercados do mundo", ponderou. "O tamanho da operação está segurando a Bolsa como um todo", completou.

Diante do fato de que a capitalização vai ser gigantesca, "uma das maiores operações de ação do mundo", Landers avaliou como "sensata" a decisão de esperar para que haja avaliação final dos valores dos barris de petróleo. Ele acrescenta que os investidores não têm muita pressa em comprar papéis da Petrobrás hoje, diante da oferta que está para vir e colocará muitas ações disponíveis. Depois que a operação sair, continuou ele, sem estimar qual será o valor da operação, deve ser retirado um peso grande do mercado e, então, o Ibovespa poderá ter desempenho melhor, talvez alcançando nos próximos meses o nível que é estimado em 12 meses (entre 80 mil e 85 mil pontos).

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.