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Bolsa sobe e dólar cai para R$ 3,20 com sinalização do BC dos EUA sobre juros

Bovespa avançou 1,14% e dólar recuou 1,71% com possibilidade de uma única alta dos juros em 2016

Por Paula Dias
Atualização:

O dólar comercial à vista fechou em queda de 1,71% nesta quarta-feira, 21, e terminou a sessão cotado a R$ 3,2072 após a sinalização do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de que deve elevar os juros da economia americana ainda este ano.

A interpretação do mercado sobre um aperto mais lento nos juros também influenciou os negócios na Bovespa, que fechou em alta de 1,14%, aos 58.393,92 pontos. 

Mercado espera aperto mais lento nos juros nos EUA Foto: Adek Berry/AFP

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Em comunicado divulgado também nesta quarta-feira, o BC dos EUA manteve os juros na faixa de 0,25% e 0,50%, mas revelou divergência entre os dirigentes e revisou em baixa perspectivas econômicas, à exceção das relativas ao mercado de trabalho. 

A presidente da autoridade monetária, Janet Yellen, lançou mão de um tom considerado "dovish" (suave), ao afirmar que "é sensato esperar", embora estime mais um aumento este ano. 

Nos mercados, em resposta, as apostas para uma elevação das taxas norte-americanas em dezembro embutidas nos futuros dos Fed Funds diminuíram e o dólar perdeu força, enquanto as bolsas de Nova York reagiram com alta firme. O índice Nasdaq alcançou patamar recorde de fechamento. 

Mercado de ações. A Bovespa, que já vinha de um pregão instável, oscilou ao sabor de influências essencialmente externas, como os preços do petróleo, a cautela antes do Fed e a decisão de política monetária do Banco do Japão (BoJ), que foi bem recebida. O período de maior instabilidade, no entanto, foi registrado à tarde, quando o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, foi da mínima de 57.326 pontos (-0,71%) à máxima de 58.575 pontos (+1,45%). 

A alta se consolidou ao longo do discurso de Yellen, conforme as bolsas americanas passaram a renovar sucessivas máximas. O menor temor dos efeitos negativos de um aperto monetário nos EUA, as ações que mais se destacaram foram as de empresas ligadas a commodities. Foi o caso de Petrobrás, que acompanharam a alta do petróleo e o apetite por risco dos investidores. Ao final dos negócios, Petro ON (ações ordinárias, com direito a voto) e PN (com preferência no recebimento de dividendos) subiram 1,93% e 1,19%, respectivamente. 

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As ações da Vale ganharam ainda mais força, uma vez que já operavam em alta refletindo a intensificação dos rumores sobre a possibilidade de venda de sua unidade de fertilizantes, e a elevação de recomendação pelo Barclays. Vale ON teve alta de 5,69% e Vale PNA, de 6,34%. Com o dólar em forte queda, as ações de empresas exportadoras foram penalizadas. Entre os papéis da carteira do Ibovespa, as maiores quedas foram de Suzano PNA (-3,62%) e Fibria ON (-3,32%). 

Esta foi a terceira alta consecutiva da Bovespa, que reverteu a queda acumulada em setembro, passando a contabilizar alta de 0,85% no mês. No ano, a Bolsa registra alta de 34,71%. O volume financeiro totalizou R$ 7,3 bilhões, dentro da média diária de setembro. O noticiário doméstico foi monitorado, com a equipe econômica em viagem a Nova York, na Assembleia Geral da ONU. As declarações do presidente Michel Temer e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, se mantiveram afinadas, mas não influenciaram os negócios.