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Bovespa fecha em baixa de 3,52%, pressionada por enfraquecimento do impeachment

Com a possibilidade de o governo conseguir o número mínimo na Câmara para barrar o impedimento, investidores decidiram vender ações

Por Karla Spotorno (Broadcast) e Paula Dias
Atualização:
Ações da Petrobrás caem e puxam Ibovespa para baixo Foto: Fábio Motta/Estadão

SÃO PAULO - A indefinição do cenário político doméstico e a volta da aversão a risco no exterior provocaram queda da Bovespa e fortalecimento do dólar ante o real nesta segunda-feira. O Ibovespa fechou em baixa de 3,52%, aos 48.779,99 pontos, com apenas duas das ações que compõem sua carteira com sinal positivo. Já o dólar à vista no balcão encerrou em alta de 1,64%, aos R$ 3,6175. Segundo operadores e analistas, o desempenho da Bolsa foi afetado, principalmente, pelo enfraquecimento da tese de investimento baseada no impeachment da presidente Dilma Rousseff. Com a possibilidade de o governo conseguir o número mínimo na Câmara para barrar o impedimento, muitos investidores decidiram realizar os lucros, vendendo as ações. Na liderança do ranking de maiores baixas do Ibovespa, figuraram os dois papéis da Petrobrás (PN -9,33% e ON -8,83%). Além do cenário político, pressionaram as ações para baixo a queda do preço do petróleo para o menor patamar desde 3 de março e também a vontade da diretoria executiva da estatal de reduzir os preços dos combustíveis. Além da Petrobrás, outras blue chips amargaram perdas importantes. A Vale, por exemplo, fechou em queda de 4,64% na ação ON e de 4,72% na PNA. As ações da mineradora responderam às baixas nas bolsas internacionais, especialmente em Nova York. O índice Dow Jones fechou em queda de 0,31%. O Nasdaq, em -0,46%. E o S&P500, em -0,32%. No mercado de câmbio, a segunda-feira foi de cautela com os cenários doméstico e internacional. Segundo operadores, era natural que o dólar recompusesse parte do seu valor nesta semana, uma vez que a cotação caiu 3,31% no acumulado da semana passada. A forte queda dos preços do petróleo e as incertezas quanto ao processo de impeachment contribuíram para concretizar essa previsão. Profissionais de câmbio também mencionaram como influência altista a venda de 8.140 contratos de swap cambial reverso feita pelo Banco Central pela manhã, de um total de 14.100 contratos ofertados. A operação, que tem efeito equivalente à compra de dólares, foi considerada significativa e ajudou a dar sustentação às cotações. No mercado futuro, o dólar para liquidação em maio era negociado a R$ 3,6450 às 17h44, com alta de 1,72%.