PUBLICIDADE

Bolsa da China inicia semana com tombo de 5,3%

Forte volatilidade da semana passada, quando as bolsas fecharam mais cedo em dois dias, deixou investidores temerosos

Por Sergio Caldas
Atualização:
China vem enfrentando fortes quedas no mercado financeiro Foto: Andy Wong/AP

A bolsa da China encerrou esta segunda-feira com forte queda de 5,3%, aos 3.016,70 pontos, e puxou todas as bolsas da Ásia e do Pacífico. Os resultados fracos de inflação, divulgados no fim da noite de sexta-feira, bem como a desvalorização do yuan contribuem para o aumento da aversão de investidores ao risco. Na semana passada, em dois dias a bolsa de Xangai encerrou o pregão mais cedo devido às fortes quedas. O Xangai Composto, principal índice acionário chinês, despencou 5,3% nesta segunda-feira, encerrando o pregão a 3.016,70 pontos. Já o Shenzhen Composto, que é menos abrangente, teve queda ainda mais expressiva, de 6,6%, a 1.848,10 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 2,76%, a 19.888,50 pontos, ficando abaixo da barreira psicológica de 20 mil pontos pela primeira vez desde junho de 2013. Na bolsa sul-coreana, o índice Kospi recuou 1,19%, a 1.894,84 pontos, pressionado pela Samsung Electronics (-1,62%), que não conseguiu atingir suas metas de lucro para o quarto trimestre de 2015. Em Taiwan, o Taiex registrou perda de 1,34%, a 7.788,42 pontos. No mercado japonês, em Tóquio, não houve negócios em função de um feriado local.Inflação. Os dados de inflação da China mostraram que, em dezembro, os preços ao produtor recuaram pelo 46º mês consecutivo, elevando a pressão sobre as empresas para reduzirem dívidas, enquanto os preços ao consumidor continuaram subindo em ritmo moderado. Segundo Zheng Chunming, analista da Capital Securities, os investidores aproveitaram para realizar lucros após o rali de sexta-feira (08), quando o índice Xangai subiu 2%, "uma vez que continua indefinido para qual direção o mercado está indo". A desvalorização recente do yuan também pesou nos negócios com ações, embora o PBoC tenha orientado hoje o yuan para cima ante o dólar - por meio de sua taxa de referência para o câmbio - pela segunda sessão consecutiva. Na semana passada, o yuan teve perdas acumuladas de 1,5% frente ao dólar. "Não há motivo para as ações chineses subirem agora", comentou Jiwu Chen, executivo-chefe da VStone Asset Management, que gerencia cerca de US$ 2 bilhões em ativos. Para Jiwu, os investidores vão ficar bastante atentos, nos próximos dias, a sinais de Pequim sobre sua perspectiva para as ações e o yuan.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.