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Bolsa de Nova York fecha em alta com dados positivos nos EUA e remédio contra a covid

Na Europa, porém, indicadores menos favoráveis para a zona do euro, somado à escassez de energia, fizeram os índices fecharem em queda

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Por Redação
Atualização:

O primeiro pregão de outubro foi principalmente positivo para o mercado de Nova York, que apoiado em dados mais favoráveis para a economia americana e nos resultados positivos de um remédio contra a covid, conseguiu nesta sexta-feira, 1, apagar as perdas do dia anterior. Na Europa, porém, a inflação e a crise de energia afetaram o desempenho dos índices.

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Na agenda de indicadores dos Estados Unidos, o índice de preços de gastos com consumo (PCE), indicador de inflação mais acompanhado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), atingiu 0,4% em agosto, repetindo a taxa de julho, enquanto os gastos com consumo avançaram 0,8% no período. "O resultado é fundamental para o banco central calibrar o ritmo de redução dos estímulos monetários", observa Julia Aquino, especialista em investimentos da Rico, em nota

O resultado vai de encontro com a fala da presidente do Fed de ClevelandLoretta Mester. Hoje, ela disse que já houve "progresso substancial" em direção às metas de inflação e máximo emprego. Esse foi o critério estabelecido pelo Fed para começar a reduzir as compras mensais de Treasuries, títulos da dívida pública americana, e ativos lastreados em hipotecas, processo chamado de 'tapering'.

Com o bom desempenho de hoje, Bolsa de Nova York apagou as perdas do pregão anterior. Foto: Spencer Platt/AFP - 30/9/2021

Outros dados também vieram fortes nos EUA. O índice de atividade industrial do país elaborado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) subiu de 59,9 em agosto para 61,1 em setembro. O avanço surpreendeu analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam queda do indicador a 59,5 no último mês.

Já o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA caiu a 60,7 pontos em setembro, de 61,1 pontos da leitura anterior, de agosto. Mesmo assim, o dado ficou ligeiramente acima das expectativas do The Wall Street Journal, de 60,5 pontos. Na análise de Edward Moya, da Oanda, os dados não mudam a perspectiva para a economia americana no curto prazo. Ele destaca ainda que os gargalos na oferta permanecem e as pressões sobre os preços devem continuar no foco.

Indicadores econômicos também foram divulgados na Europa, mas o clima não foi tão positivo. Em meio à avanços recentes nos preços de energia, com os países da região enfrentando grave risco de desabastecimento, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro, uma das medidas da inflação usadas pelo bloco, subiu 3,4% em setembro, na comparação anual, na máxima desde 2008.

Em relatório, a Capital Economics disse que o índice deve bater em 4%, obrigando o Banco Central Europeu (BCE) a reduzir as compras de ativos "substancialmente" em março, enquanto o Nordea destacou o impacto dos preços de energia para o resultado. Já o ING comentou que o BCE terá de decidir se uma simples recalibragem nas compras de bônus será suficiente para controlar o quadro ou se haverá necessidade de uma redução mais brusca.

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Ainda por lá, o PMI da da indústria da zona do euro recuou a 58,6 em setembro, na mínima desde fevereiro e um pouco abaixo  da previsão de 58,7 dos analistas.

Bolsa de Nova York

Além dos dados positivos, o clima em Nova York também foi ajudado pela notícia da farmacêutica americana Merck, de que o molnupiravir, remédio que desenvolveu para o tratamento da covid-19, "reduziu significativamente" os riscos de hospitalização e morte pela doença. Além disso, o medicamento também funciona contra as variantes do coronavírus. Mesmo com a aprovação pendente da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, a Anvisa americana), a ação da companhia subiu 8,37%.

Depois da notícia, o humor dos índices melhoraram: o Dow Jones fechou com alta de 1,43%, o S&P 500 teve ganho de 1,15% e o Nasdaq avançou 0,82%. Com o desempenho, os índices apagaram as perdas do dia anterior. No entanto, na semana, as perdas foram de 1,36%, 2,21% e 3,20%, respectivamente.

Bolsas da Europa

As preocupações com o cenário econômico da zona do euro pesaram nos índices europeus. O Stoxx 600, que concentra as principais empresas da região, caiu 0,42%, enquanto a Bolsa de Londres teve recuo de 0,84%, a de Frankfurt, 0,68% e a de Paris, 0,04%. O índice de Milão cedeu 0,27%. Na contramão, a Bolsa de Madri teve alta de 0,04% e a de Lisboa, de 0,30%.

Bolsas da Ásia

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Em dia de pouco movimento, com os mercados de China e Hong Kong fechados por conta de feriados locais, o clima foi negativo no mercado asiático. A Bolsa de Tóquio despencou 2,31%, a de Taiwan cedeu 2,15% e Seul teve queda de 1,62%.

Na Oceania, a bolsa australiana também ficou no vermelho hoje, em baixa de 2%, influenciada principalmente pelo setor financeiro.

Petróleo

O petróleo fechou em alta nesta sexta-feira, primeiro pregão de outubro, em meio a um apetite por risco no exterior que se intensificou após o desempenho positivo do medicamento da Merck contra a covid-19. Na próxima semana, o foco estará na reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que trará novas orientações sobre a produção de petróleo. 

Em Nova York, o WTI para novembro avançou 1,13%, a US$ 75,88 o barril, enquanto o Brent para dezembro, por sua vez, subiu 1,24%, a US$ 79,28 o barril em Londres. Na semana, os ganhos foram de 2,57% e 1,52%, respectivamente. /MAIARA SANTIAGO, GABRIEL BUENO DA COSTA, IANDER PORCELLA, ILANA CARDIAL E SÉRGIO CALDAS