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Dólar sobe quase 2% na primeira semana do ano

Moeda fechou em baixa de 0,37% nesta sexta, negociada aos R$ 4,03, mas tensões na China fizeram a divisa avançar 1,87% nos primeiros dias de 2016; Bolsa tem queda de 6,31% no período

Por Fabrício de Castro e Claudia Violante
Atualização:

Numa sessão marcada pela baixa quantidade de negócios e por operações técnicas, o dólar fechou a sessão desta sexta-feira, 8, em baixa ante o real. A forte geração de vagas nos EUA em dezembro deu força à moeda americana lá fora, mas os investidores no Brasil aproveitaram preços mais elevados para vender dólares. Sempre que a cotação se aproximava dos R$ 4,05, surgia um movimento vendedor. Assim, a moeda americana terminou o dia em queda de 0,37%, aos R$ 4,0340, mas acumulou nesta primeira semana do ano alta de 1,87%.

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Já o Ibovespa percorreu caminho inverso e encerrou o dia em baixa de 0,20%, aos 40.612,21 pontos, menor nível desde 20 de março de 2009 (40.076,41 pontos). Na primeira semana de 2016, acumulou perda de 6,31%. 

No início do dia, o viés global para o dólar era negativo. Isso porque a China manobrou para que o yuan subisse ante o dólar - algo que não ocorria há nove sessões - e a Bolsa de Xangai avançou 2%. Neste cenário mais calmo, o dólar abriu em baixa ante o real no Brasil. O fato de a cotação de fechamento na quarta-feira estar próxima dos R$ 4,05 também contribuía para as vendas, com exportadores aproveitando para internalizar recursos. 

Dólar subiu 1,87% na primeira semana de 2016 Foto: Paulo Vitor/Estadão

Perto das 9h50, o dólar praticamente zerou as perdas, com os investidores à espera do relatório de empregos dos EUA (payroll). Quando os números saíram, o dólar ganhou força no exterior e passou a subir ante várias divisas, mas no Brasil foi, inclusive, registrada nova mínima, ainda com exportadores aproveitando as cotações e operadores comprados no mercado futuro realizando parte dos lucros recentes. O dólar à vista marcou a mínima de R$ 4,0068 (-1,04%) às 11h36. 

Os dados mostraram a criação de 292 mil empregos nos EUA em dezembro, bem acima da previsão de 210 mil vagas. Além disso, a criação de vagas em novembro foi revisada de 211 mil para 252 mil e a de outubro de 298 mil para 307 mil. Os números reforçaram a percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tende a dar continuidade no processo de normalização da política monetária em 2016, com novas altas nas taxas de juros. 

Como a liquidez no Brasil era baixa, as operações de venda acabavam intensificando o efeito negativo nas cotações. Com o dólar mais baixo, surgiram compras, o que reacelerou as cotações, mais em sintonia com a alta vista lá fora. No fim, porém, o dólar sustentou leve perda ante o real. Foi o primeiro recuo após duas sessões seguidas de ganhos.

Se pela manhã a Bovespa subia na esteira da recuperação dos mercados internacionais, à tarde faltaram motivos para a alta se sustentar. Diante da instabilidade dos preços do petróleo e da perda de fôlego das bolsas dos EUA, o Ibovespa também titubeou. Operou entre altas e baixas e acabou terminando no vermelho o terceiro pregão seguido. 

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Ações. Na Bovespa, Petrobrás ON fechou em alta de 0,38% e a PN, em +0,16%. Vale, pressionada pelo recuo das mineradoras ao redor do globo, caiu 3,39% na ON e 4,76% na PNA. Na semana, a ação ON perdeu 19,11% e a PNA, 20%.

Siderúrgicas, por outro lado, subiram, ajudadas pela notícia de que a Baosteel anunciou aumento dos preços e pela trégua na China. Gerdau PN, +3,42%, Metalúrgica Gerdau PN, +4,17%, Usiminas PNA, +2,61%, CSN ON, +3,64%. 

MINUTO ESTADÃO. Como é feita a cotação do dólar?