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Mercados interncionais fecham sem sinal único à espera do Federal Reserve

Banco central americano discute amanhã os rumos da política monetária dos EUA, que deverá continuar inalterada; aumento do cerco regulatório na China também preocupa

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Por Redação
Atualização:

Os principais índices do exterior fecharam sem sentido único nesta terça-feira, 27, na véspera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que deverá ser mantida. Já a intervenção da China em setores como tecnologia e educação alimentou o sentimento de cautela no mercado.

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"A repressão a vários setores da economia chinesa que dependem de investimento estrangeiro resultou em uma fuga de capital das empresas chinesas, especialmente aquelas com ações listadas no exterior, levantando preocupações sobre quais outros setores podem vir a seguir", afirma o analista-chefe de mercados da CMC Markets, Michael Hewson.

Ontem, Pequim anunciou novas regras para as empresas de tutoria escolar. A partir de agora, esses serviços terão de ser administrados como operações sem fins lucrativos. Além disso, não poderão fazer levantamento de capital e nem oferecer aulas nos fins de semana.

Mercados estão de olho na decisão do Federal Reserve sobre a política monetária dos EUA. Foto: Daniel Slim/AFP

O principal órgão regulador do setor de tecnologia da China também ordenou ontem que empresas de tecnologia do país corrigissem certas práticas anticompetitivas, em um avanço do cerco regulatório. Em relatório enviado a clientes, o Danske Bank frisa que o mercado acompanha, ainda, as conversas entre autoridades de Pequim e de Washington. "Mas há poucos sinais de movimento em qualquer lado quando se trata de acomodar quaisquer pedidos do outro lado", avaliam analistas do banco dinamarquês.

Para Jacob Nell, do Morgan Stanley, é inquestionável que a variante Delta aumenta a incerteza sobre este terceiro trimestre. O analista diz seguir confiante de que o progresso da vacinação e a redução das internações hospitalares irão reduzir as pressões para que se imponha medidas restritivas de grande alcance. No entanto, hoje, autoridades dos EUA determinaram o uso de máscaras em locais fechados em algumas áreas, revertendo liberação geral desse item diante do aumento da vacinação. A Casa Branca, porém, afirmou hoje não ver impacto econômico significativo da variante delta, com a porta-voz Jen Psaki dizendo que esse efeito deve ficar "amplamente concentrado em comunidades com baixa incidência de vacinação".

Bolsas de Nova York

Apesar de fechar com recorde ontem, hoje o Dow Jones fechou em baixa de 0,24%, o S&P 500 recuou 0,47% e o Nasdaq caiu 1,21%.a temporada de balanços do segundo trimestre, ontem, a Tesla reportou salto na receita e no lucro líquido no período, em comparação com o mesmo trimestre de 2020. No entanto, o mau desempenho do bitcoin derrubou as ações da companhia hoje.

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Bolsas da Europa

O clima também foi negativo na Europa. O índice Stoxx 600 fechou em queda de 0,54%, enquanto a Bolsa de Londres cedeu 0,42%, a de Frankfurt, baixou 0,64% e a de Paris, 0,71%. Já Milão, Madri e Lisboa caíram 0,83%, 0,03% e 1,24% cada.

Bolsas da Ásia

O dia foi misto no mercado asiático. Os índices chineses de XangaiShenzhen caíram 2,5% e 3,3% cada, de olho no aumento da regulação promovida pelo governo chinês. Já a Bolsa de Hong Kong caiu 4,2%. Na contramão, Seul subiu 0,2% e Tóquio avançou 0,5%.

Na Oceania, a bolsa australiana renovou mais uma vez o recorde histórico de fechamento, em alta de 0,5%.

Petróleo

Nos contratos futuros do petróleo fecharam em leve queda, nesta terça, após pregão volátil. A variante Delta do coronavírus tem preocupado investidores por todo o globo, desestimulando ativos de risco como o óleo. Mesmo o enfraquecimento do dólar ante rivais, que tende a apoiar a busca pela commodity por detentores de outras moedas, não foi suficiente para assegurar altas. 

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O barril do petróleo WTI com entrega prevista para setembro fechou em baixa de 0,36%, a US$ 71,65, enquanto o Brent para outubro, por sua vez, fechou em queda de 0,24%, a US$ 73,52 o barril. /MAIARA SANTIAGO, IANDER PORCELLA, ILANA CARDIAL E MATHEUS ANDRADE

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