O apetite por ativos de risco marca a volta dos investidores locais aos negócios, após o feriado de segunda-feira em São Paulo, e sustentou a queda do dólar. A inversão para baixo frente o real ocorreu durante a manhã em meio a um fluxo pesado de venda da moeda principalmente por exportadores e investidores estrangeiros. No mercado à vista, o dólar chegou a mínima de R$ 3,7939, queda de 1,95%, o menor valor cotado durante o pregão desde 27 de junho. A moeda fechou o dia com queda de 1,71% aos R$ 3,8029
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O operador de câmbio Cleber Alessie Machado Neto, da corretora H.Commcor, afirma que a inflação ao consumidor na China levemente acima do esperado em junho beneficia as divisas de países emergentes, enquanto os investidores deixam o embate comercial entre EUA e China em segundo plano por enquanto.
Para o operador da H.Commcor, essa pressão teve ainda como pano de fundo um sentimento de insegurança renovada com a corrida presidencial, após o imbróglio envolvendo a soltura do ex-presidente Lula no domingo. Depois, porém, o mercado minimizou esse evento diante do dólar mais fraco lá fora. Machado Neto avalia que o dólar na faixa de R$ 3,80 a R$ 3,85 é patamar justo tendo em vista a conjuntura atual, que já embute alguma cautela. Já a cotação no patamar de R$ 3,90 ou acima disso reflete momentos pontuais de estresse.
Bolsa.O Ibovespa, principal índice de ações da B3, acentuou o ritmo de queda e chegou a renovar mínimas na última hora. Operadores ressaltam que a bolsa passa por um movimento de realização de lucros, em um ambiente sem notícias positivas tanto na área macroeconômica quanto corporativas, para sustentar uma alta do índice.
O imbróglio jurídico para soltar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o final de semana não chegou a afetar os preços hoje no mercado financeiro, segundo operadores. Mas o assunto contribui para manter as eleições no pano de fundo dos negócios hoje e deixar os investidores cautelosos. O Ibovespa fechou o pregão com queda de 0,22%, aos 74.847,41 pontos.