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Bolsa sobe 1,3% e volta aos 104 mil pontos após aprovação da Previdência

Aprovação da proposta na Câmara dos Deputados se combinou ao alívio no cenário exterior e gerou ganhos no mercado brasileiro

Por Paula Dias e Antonio Perez
Atualização:

A melhora do ambiente externo abriu espaço para que a aprovação da reforma da Previdência na Câmara trouxesse apetite pelos ativos brasileiros.

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O tom mais positivo para os negócios predominou desde o início do dia, depois que o banco central da China desvalorizou o yuan menos do que o esperado. Temia-se que a China, acusada de manipuladora cambial pelo presidente Donald Trump, pudesse promover uma desvalorização mais forte da sua moeda, elevando a temperatura do conflito com os EUA.

À tarde, as bolsas norte-americanas renovaram máximas e recolocaram o Ibovespa, principal índice de ações brasileiro, na casa de 104 mil pontos. Vale e siderúrgicas contribuíram com a puxada do índice, ao lado das ações da Petrobrás. No fim, a Bolsa terminou com ganho de 1,30%, aos 104.115,23 pontos. Ainda essa semana o índice chegou a operar abaixo do nível de 100 mil pontos.

Enquanto isso, o alívio generalizado que permitiu a queda do dólar ante outras moedas emergentes fez o real se valorizar. A divisa americana terminou esta quinta-feira não muito distante da mínima no mercado à vista, com desvalorização de 1,18%, a R$ 3,9275.

Bolsa terminou com ganho de 1,30%. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Previdência impulsiona ativos

A votação em segundo turno da reforma da Previdência na Câmara foi bem recebida pela velocidade e por ter preservado R$ 933 bilhões de economia em dez anos, não muito distante do R$ 1,1 trilhão proposto pelo ministro Paulo Guedes. A expectativa agora é que a tramitação no Senado se dê sem sobressaltos. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) estimou em 60 dias o prazo para que a reforma seja concluída na Casa.

"A reforma da Previdência passou bem na segunda fase da Câmara e não deve ter problema no Senado, sendo considerada um ponto já vencido. Mas o mercado já precificou essa etapa, restando agora conviver com essa interminável volatilidade do mercado internacional", disse Mário Roberto Mariante, chefe de análise da Planner.

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Embora já estivesse em grande parte refletida nos preços, a aprovação definitiva da reforma da previdência na Câmara e a perspectiva de tramitação tranquila no Senado contribuíram para a recuperação do real.

Exportações chinesas surpreendem

O sinal de alta do Ibovespa foi definido logo na abertura dos negócios, com o mercado brasileiro alinhado à melhora de humor no cenário mundial. A inesperada alta de 3,3% das exportações chinesas em julho, impulsionou a recuperação das commodities metálicas. O minério de ferro interrompeu uma sequência de quedas que perdurou por seis sessões e fechou em alta de 0,87% no porto chinês de Qingdao. Assim, Vale ON seguiu as altas de suas pares no mercado internacional e terminou o dia com ganho de 1,51%.

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