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Bolsa sobe 1,55% e alcança patamar de fechamento histórico

Com otimismo sobre reforma da Previdência e certo descolamento do cenário político, Índice Bovespa fechou a 76,9 mil pontos; dólar registrou leve queda

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Por Luciana Dyniewicz
Atualização:

Diante de uma nova ofensiva na Câmara dos Deputados para colocar em votação a reforma da Previdência ainda neste ano e dos cenários externo e interno favoráveis, a Bolsa voltou a bater recorde nominal nesta terça-feira, 10. O Ibovespa, principal índice da B3 (a Bolsa paulista), subiu 1,55% e fechou a 76.897,20 pontos.

Hoje, o mercado já começou o dia em alta com a notícia de que o Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu a previsão de crescimento para o País neste ano de 0,3% para 0,7%, o que deixou os investidores otimistas com a perspectiva de retomada da economia. “A reforma da Previdência, a revisão do FMI e o aumento da venda de papelão ondulado (um dos principais termômetros do nível de atividade) são dados que dão consistência à recuperação da economia”, afirmou o analista da XP Investimentos Marco Saravalle. A informação de que os governistas articulam um projeto mais enxuto de reforma da Previdência para ser votado na Câmara em novembro foi antecipado ontem pelo Estado. 

Com investidores animadoscom possibilidade de reforma da Previdência sair do papel e alta dos preços do petróleo, Ibovespa chegou a atingir os 76.995 mil pontos Foto: Dario Oliveira/Código-18

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O otimismo com o mercado doméstico ajudou principalmente as ações dos bancos. O Santander avançou 3,81%, enquanto o Itaú Unibanco e o Bradesco registraram alta de 2,49% e 2,12%, respectivamente.

Também favoreceu o Ibovespa o cenário internacional positivo, com altas dos preços do petróleo e dos mercados acionários dos Estados Unidos. O índice Dow Jones também alcançou uma máxima histórica, a 22.830,68 pontos, com incremento de 0,31%. O Nasdaq avançou 0,11%. Já o aumento dos preços do petróleo nos mercados futuros de Londres e Nova York foi um importante motor para os ganhos da Petrobrás. Os papéis ordinários (com direito a voto) da estatal subiram 1,46% e os preferenciais, 1,89%.

Incertezas. Para o economista Silvio Campos, da Tendências Consultoria, o desempenho da Bolsa ontem foi “um pouco surpreendente”, já que há um quadro de incertezas no radar. “Se o governo conseguir passar a reforma da Previdência em novembro, haverá um impulso ainda maior (ao mercado de ações). Mas, caso não consiga, ficará só para o próximo governo”, destacou. O economista afirmou ainda que os investidores devem, agora, começar a olhar para as eleições presidenciais de 2018, o que pode colocar um freio no Ibovespa.

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O professor de estratégia financeira do Ibmec Paulo Azevedo, porém, ainda vê espaço para novos recordes neste ano porque já não há mais preocupações de que a política econômica mude de rota até o fim de 2018. “Antes, existia o temor de que Temer sofresse um impeachment”, afirmou.

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Ontem, a leitura do relatório, na Câmara, da denúncia contra Temer ficou em segundo plano para o mercado de ações, que já contava com um tom governista por parte do relator Bonifácio de Andrada (PSDB-MG). O assunto foi considerado neutro para os negócios.

Futuro. Apesar do clima de incertezas criado pelas eleições de 2018, a XP Investimentos também projeta que a Bolsa siga uma tendência de alta até o fim do próximo ano. Em sua estimativa mais otimista, a corretora aposta que o Ibovespa chegue a 90,8 mil pontos, o que significaria uma elevação de 18% na comparação com os 76.897 pontos de ontem. “Esse patamar pode ser atingido antes de dezembro de 2018”, afirmou Saravalle, analista da corretora.

O mercado de ações brasileiro vem atingindo patamares históricos desde 11 de setembro, quando o Ibovespa ultrapassou a casa dos 74 mil pontos pela primeira vez. Até então, o recorde era de 73.516 pontos, registrado em 2008.

O recorde, no entanto, não se verifica quando são considerados em dólares os valores de mercado das empresas que compõem o Ibovespa. De acordo com a Economática, o índice em dólares alcançou sua maior pontuação em 19 de maio de 2008: 44.616 pontos. Com essa base de comparação, o Ibovespa atingiu, em setembro, a casa dos 24 mil pontos.

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